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terça-feira, 9 de maio de 2023

DO ALTO DOS OITENTA


                                                      OITENTA


Do alto dos meus oitenta

Onde a vida se acalma.  

E se senta.

Percebo um vacilo no tempo.

Transformar em ato,

o lamento.


Viva, veloz e traquina

Viro a mesa,

Dobro a esquina.

Levo comigo o segredo

- alma já sem medo -

Ergo o dedo,

enfrento a vida.

Faço da anciã,

menina.

     

E grito à juventude perdida:

Alto lá!

-Aqui tem vida!


*            *            *



Poema dedicado à Dona Olga, minha mãe.

Inesplicando.


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