Páginas

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

DE ANTIGOS CARNAVAIS...


 

Viva a modernidade! Tudo anda fácil demais. Baixamos músicas, vídeos. Usamos aplicativos e redes sociais. Comunicamos por blogs. Mensagens rápidas. Fotos pelo celular... Mas tem uma coisa antiga que não deveria ter mudado jamais! As marchinhas do passado. De antigos carnavais... 

Músicas que a gente ouvia de criança e não saem da lembrança. O coração não se cansa de sempre, sempre, ouvir e se emocionar. Sou fã das marchinhas! Letras bobinhas. Fáceis melodias. Nada terá sabor igual...

Certas marchinhas são insubstituíveis. E sobrevivem, eternas na nossa lembrança. Carregavam a pureza e um grande contra senso: misturar carnaval com sentimento! A Linda Morena de Lamartine. A Mulata iê iê iê de João Kelly. Os sucessos de Manoel Ferreira e Ruth Amaral. Casal genial! Como não entregar o coração, depois do refrão “ bandeira branca, eu peço paz”? Coisa de antigos carnavais...

Mil palhaços no salão. Em cima das mesas e camarotes. Serpentinas e bisnagas nas mãos. Nada era contravenção. Tudo fantasia! Tule. Sarongue. Ou um lenço amarrado da tia. Lança perfume, podia! E a menina doce de coco deixava todos loucos. Por tão pouco, a gente se divertia...   

As velhas marchinhas traziam a inocência. Da estrela Dalva que no céu desponta. Da lua que anda tonta. E do tempo em que a gente pedia sem confusão: me dá um dinheiro aí? ... e não era flanelinha, nem ladrão! Algumas das canções foram canceladas e com alguma razão. O mundo mudou. O preconceito, ainda não!

Bateu foi uma saudade dos velhos carnavais! Das marchinhas e matinês que frequentei. Ontem, no meu velho saco guardado encontrei um confete, todo amassado e uma fantasia antiga que usei... Confesso, quase chorei!

***********************************



quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

O NEY E O VIRA ...

Ele virava, rebolava e serpenteava. Liso feito gato preto cruzando a estrada... Uma das três cabeças pintadas e servidas na bandeja. Capa de um LP precioso, com o talento único de Ney Matogrosso. Eram as minhas lembranças girando nas tardes de domingo na casa da Giuliana. Ela, que esnobava uma daquelas vitrolinhas de maleta, na cor cereja!

Ela colocou a peça sobre a mesa. Reuniu os amigos, ávidos para ouvir e se servir de Secos e Molhados! Flores astrais, o patrão nosso de cada dia, a rosa de Hiroshima. Ah, se eu tivesse aquela vitrolinha...

A minha radiovitrola era enorme, num móvel de cerejeira que ocupava a sala inteira. Os LP’s antigos de casa, com faixas já riscadas tocavam sons de orquestras e vozes que ecoavam uma velha guarda cansada.      Ney era um vocal novo e fino. Dono de um feitiço ofídico. Rebolava e sacudia feito um bicho. Um mestiço entre homem e lobisomem, Ah, se eu tivesse a vitrolinha... Levaria o Ney pro quintal, pra cozinha ou pra casa da minha acanhada tia que com ele virava, rebolava e também curtia.

A Giuliana, convencida, sabia da nossa cobiça. E as meninas sentadas ao lado da sua cama decoravam todas as letras. Jamais tive a vitrolinha da maleta. Guardo ainda o LP dos Secos e Molhados, nada barato, que comprei às duras penas...

Hoje vejo que as vitrolinhas voltaram. Depois de mais de quarenta anos. Agora é moda retrô. Voltou também o vinil e a magia das agulhas. Tanto tempo passou e nas minhas retinas, ainda gira a lembrança da vitrolinha e das meninas. Aquele sexy e doce encanto. E o Ney? Aos oitenta, continua serpenteando... 

  

 **********************************


QUE TAL DAR O COMBO INESPLICANDO VOL1 E VOL2

DE PRESENTE, COM DEDICATÓRIA?

PEÇA PELA WHATS 13 997754072