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terça-feira, 2 de maio de 2023

CALOR BRASILEIRO...


O mundo mágico não era perfeito. Era quase. Faltava um calor brasileiro.

Em nossa primeira visita ao famoso Parque do Mickey, Pateta, Cinderela e companhia, faltou um tipo brazuca de magia. Aquele golinho pretinho que desce quentinho. No trabalho. Na casa da mãe quando se chega. Ou em qualquer boteco do Zé ou da Tereza. No Tio Sam era raridade. Loro lá pede Coke. Loro pede café, só aqui na brasilidade. 

Depois de um dia extenuante imitando criança, andando por castelos e comendo hot dogs e refrigerantes. Depois das bolhas nos pés, dores nas costas e corações cansados e pulsantes... faltava o cafezinho! E não tinha um pinguinho sequer de café. Nos belos restaurantes, nas lanchonetes ou foodtrucks. No coffee. Só Coke! 

A imagem fumegante era cada vez mais presente em nossas mentes. Servia qualquer tipo de café. O fraco descafeinado, como os americanos são acostumados. Meio frio e mal passado. Ou tinta preta que não dá nem pra engolir. Servia um pinguinho qualquer assim.

Os bares do Parque já estavam fechando quando enfim achamos! Pedimos duas xícaras, enquanto estouravam os fogos da parada que encerrava a festa e anunciava o último show do dia. 

Estava frio. Poucos gatos pingados ficaram pra ver a apresentação do B52, quem diria! Com direito a cabelos coloridos e lembranças da New Wave e magia.

Saboreamos gota a gota a apresentação até o final. Lembrando dos anos oitenta e chacoalhando nossos cabelos já não tão rebeldes e grandes. Bastou o pinguinho de café para nós, alegres e dançantes visitantes.

Os latinos desfrutam melhor das coisas quentes. Aplaudimos, contentes.


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