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quarta-feira, 30 de outubro de 2019

FINADOS, MAS NÃO!



Olho com ternura e delicadeza as fotos da família espalhadas por sobre o velho piano. Consigo ver o nariz aquilino da avó, na bisneta já crescida. As duas tão lindas! E os olhos verdes da tia avó? O mesmo da prima distante. Preciso visitar urgente aquela gente. Saber se tudo está bem. Quantos filhos eles tem... 

Vejo agora, a testa alta e a calva acentuada do avô, no meu pai. Do meu pai, no meu irmão. Eles não gostam dos sinais. Ficam todos iguais. Avô, neto, filho e pai. Carimbo da geração. Carecas, com muito bom humor...

Paro um pouco mais na foto do meu irmão mais velho. Já foi tão pequeno um dia. Está ali, criança miúda. Roupa de batismo! E que sorriso... 

Ah, as fotos antigas, desfiam um enorme novelo. Tristes e alegres enredos. Importantes e agora, inúteis segredos. Histórias de descendentes imigrantes. Uns sobreviventes. Outros vivos e ausentes. Muitos, já partiram. Mas continuam nas fotos, sorridentes e altivos... 

Estranho. A enorme e silenciosa paz que me invade quando olho com saudade as fotos de família sobre o velho piano, agora desafinado. Castigado pelo tempo, pelos dedos cruéis dos bisnetos levados... Sinto nas fotos uma espécie de perdão coletivo. Dos erros cometidos. Dos gestos sem sentido. Das mágoas sufocadas. Que ainda embaçam e deixam mais triste a imagem de alguns personagens. Bobagem! Estão mortos. Eu é que viajo nos parentes idos e suas marcas de passagem. Parecem ainda presentes. Dentro e fora de mim. Numa espécie de tatuagem...  

Minha mãe e seu vestido de noiva com enchimento e tecido de cetim. Meu pai com o filho nos ombros, no jardim. Meu querido irmão que já se foi... Paro nele alguns minutos. A morte não dói. Nas fotos, ninguém mais sente.
A  saudade é que dói... ela é presente.  


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segunda-feira, 28 de outubro de 2019

RESENHA INESPLICANDO... "Love is Understanding" de Sergio Farias



Eles embarcaram no Last Train to Clarskville...

No auge dos anos sessenta, uma banda pré-fabricada com quatro rapazes cabeludos. Um vocalista bonitinho e três músicos esquisitos. E vindos na esteira dos Beatles? Tinha tudo pra dar errado. Mas não! Foi muito além. 

De início, veio a divertida série dos Monkees na TV. A seguir, entrevistas de estrondosa audiência. E finalmente, hits que viraram sucesso mundial. Começava a febre da Monkeemania que pegou os jovens nos EUA e de todo mundo. Pra se ter uma ideia, a banda chegou a vender mais que os Beatles e Rolling Stones juntos. Porém, foi ironizada e rotulada pelos críticos em plena época da contra cultura por ter sido uma banda criada pela indústria fonográfica. Acabou sucumbindo às pressões, às consequências da sua ascensão meteórica e às divergências e egos dos seus integrantes.

Quem conta essa incrível história e tenta fazer justiça ao talento e ao pioneirismo dos Monkees, é o professor, escritor e autor de peças teatrais, Sergio Farias no livro “Love is Understanding, A vida e a época de Peter Tork e os Monkees”.

Baseado numa pesquisa fantástica, Farias mostra fotos raras e entrevistas com pessoas que conviveram com a banda, o contexto em que os Monkees apareceram, ajudando a entender o porque depois de um salto tão alto, a banda caiu no ostracismo. 

O livro é rico em detalhes. Uma boa viagem pelos anos sessenta, dentro do universo musical do rock psicodélico e suas ideias lisérgicas de liberdade.
A linha condutora é a vida de Peter Tork, o loiro de cabelos lisos e escorridos. Um dos mais talentosos e criativos. Multiinstrumentista, com formação clássica e o mais intelectual da Banda. 

O livro relata o início, quando os músicos se conheceram...
“Um anúncio muito estranho e cheio de gírias no jornal, em setembro de 65... “Seleção de músicos e cantores de folk ou rock para atuarem no papel de 4 malucos, entre 17 e 21 anos numa nova série de TV...”

Peter Tork, Micky Dolenz, Mike Nesmith e Davy Jones foram contratados para estrear a série The Monkees, em 1966.

Todas as etapas da Monkeemania, os bastidores conturbados. A carreira de altos e baixos de Peter, com seus princípios de vida e liberdade, além da sua perigosa sinceridade e bom humor, estão no livro que retrata o  quarteto criativo e pioneiro no uso do sintetizador Moog. E que lutou pelo direito de tocar em seu próprio disco.

O livro de Sergio Farias revela as derrotas e celebra o resgate da banda e do músico Peter Tork, admirados por artistas como Frank Zappa, Jimy Hendrix e os Beatles, acabando por fazer justiça ao legado dos Monkees no cenário da música pop!

“Era um fenômeno, máquina de fazer dinheiro. O grupo fictício se tornava uma verdadeira banda de rock n roll!”

Eu era pré-adolescente e fã incondicional dos Beatles. De primeira, rejeitei a banda. A seguir, diante da alegria contagiante e um rock’nroll divertido na série da tv, me apaixonei. Não perdia os episódios e tocava as músicas  no violão graças a uma revistinha chamada “Vigu”. Achava Peter Tork o  mais charmoso que o Davy. Mike o mais engraçado.

Obrigada, Sergio Farias, por me mostrar bem mais que o óbvio. Esmiuçando o contexto musical e social onde o fenômeno da Monkeemania se deu.

“Love is Understanding, A vida e a época de Peter Tork e os Monkees” é uma ótima dica de leitura para os amantes da música e dos anos sessenta.  O lançamento do livro foi feito no Brasil e em Portugal, simultaneamente pela Chiado Editora. 

O livro tem 393 páginas, mas passam voando como o last train to Clarksville... e o sucesso dos Monkees!

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LOVE IS UNDERSTANDING...A vida e a época de Peter Tork e os Monkees”. 
CHIADO EDITORA. À VENDA NAS GRANDES LIVRARIAS...
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Para os mais saudosos e ... os curiosos... segue o link da abertura do seriado no YouTube

https://youtu.be/pG4pLkMkcFw












terça-feira, 8 de outubro de 2019

DESCANSA, CORAÇÃO!


Os tempos andam pesados. Sombrios. Muitos com medo. Outros, vazios. São poucos os que adormecem leves. De forma breve, no travesseiro. Talvez os pequenos... No colo materno, mais acolhedor e sereno. 

Nós, os mais maduros, temos dormido pela metade. Dormimos cinquenta por cento! Com os pés no travesseiro e a cabeça entre as mãos. Um pensamento solto e um por soltar-se. Um olho aberto. Outro fingindo. Cérebro inquieto. Só pernas e braços adormecidos. O resto em movimento. Pensando nas contas. No trabalho. Nos contratos. No vírus. Na guerra. Nos contrários. Ou, em simples contratempos que nos atrapalham. Avalanche de ideias. Todas ao mesmo tempo... tempo... tempo. Escapando entre os dedos. Insônia. Desalento. 

Feliz de quem viveu há algumas décadas atrás. Correndo em parques. Namorando no carro. Brincando nos quintais. Hoje não dá mais! Vivemos no mundo acelerado. Pilhado. Bilhões de informações. Milhares de dados a serem assimilados. Boas e falsas notícias. Vídeos. Startups. Mercado on line. Jogos baratos.
Ou damos um basta. Ou ficamos alucinados. Grande desafio das gerações atuais... 
A solução levará anos, talvez séculos. Não apenas uma madrugada em claro. 
E esta noite? Será que dormirei bem? Ou pela metade, outra vez? Cinquenta por cento! Diz meu assombrado coração. Que é metade cansaço... metade hipertensão!
Enquanto minha esperança, menina, descansa... e põe a mão no coração.                                                                                                         *           *           *




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terça-feira, 1 de outubro de 2019

CRIANÇAS NÃO MENTEM...


Crianças não costumam mentir... Quando queremos uma resposta de verdade. Com sinceridade. Devemos perguntar à uma criança. Elas não costumam mentir. Acho que não conseguem... 

Falam com o coração. Dizem sim. Ou, dizem não. Respostas simples. Feio. Bonito. Gostei. Não gostei. - Detesto palmito! É engraçado ovo frito. Tenho pena de peixe, frito... E quando cismam com um personagem ou com alguém? Um parente, um palhaço, um cosplay...  Não há jeito de contornar. Não quero. Não vou. Não gosto dele. Tem cara de mau! Sem constrangimento. Sem pudor. Dá até um certo temor. Às vezes, pega mal. Mas criança é assim. Normal... 

A gente é que, com a idade e por necessidade, vai criando certos personagens... Amigáveis. Mais políticos e simpáticos. Nem tão sinceros e reais. Acredito, também, pela vontade sadia de não querer magoar ninguém. Preocupação que as crianças mais novas não têm...  

Na festa da Mariana foi assim. Ela fugia loucamente da princesa. Loira e linda. Uma espécie de Cinderela que queria a força lhe beijar e abraçar. Não teve Cristo que a fizesse tirar fotos. Ou, ao menos, conversar com bela personagem. 

E no final da festa, lá estava a Mariana, sorrindo, no colo da bruxa. Mexendo no seu chapéu e na verruga do nariz! – Mariana, porque você não falou com a Cinderela? – Não gostei dela. Achei feia aquela peruca amarela. E ela queria me segurar...  

Mas da bruxa feia e malvada, cheia de verruga na cara, você gostou? – Ela era muito mais legal que a Cinderela.  A verruga era de mentira. E atrás daquela roupa, ela era boa. Eu sei! Olhei dentro dos olhos dela... 

Será que um dia olharemos assim?


                                                                     

Getty Images Da BBC News Brasil em São Paulo
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