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quarta-feira, 25 de setembro de 2019

COMEÇANDO PELO NARIZ...



Nesta quinta, faço check-up. Pela primeira vez! 
Uma dorzinha aqui, outra acolá provocaram isso... Tenho também um desconforto lombar no lado esquerdo. Vista cansada. Digestão um pouco lenta de noite. E um clique no polegar que aparece e desaparece. 

A única coisa que tenho certeza que está bem é o meu nariz. Em perfeito estado! Não entope. Não pinga. Cheira que é uma beleza... Nariz nota dez! Acho que vou começar contando isso. Senão, o médico vai pensar que sou um poço de doenças. Receitar milhares de remédios. Tratar-me como doente. Pré-senil! Justo eu, que nunca gostei de tomar remédios... 

Na infância, era à base de chazinho, óleo de fígado de bacalhau, biotônico, gemada, calcigenol. De vez em quando, um antibiótico mais forte quando a coisa complicava. Depois de adulta, preventivo e mamografia. Coisas que eu já tiro de letra. Mas quinta agora, é diferente. É check-up. Vistoria geral! Vasculhar tintim por tintim. Ai de mim! 

Mas enfim, é tudo físico. Ninguém vai encontrar, lá dentro, a traição que atacou o fígado. A maldade que fez doer o estômago. A raiva que prendeu o intestino. Seria bem mais cruel saber... Por ora, vou checar só as consequências. O que já estragou. E que precisa consertar. As causas, certamente levarei anos, talvez vidas, para aprender como tratar. 

Ah, não posso esquecer de falar das aftas. Da cãibra nos dedos dos pés. E das crises de ansiedade com aquelas urticárias vermelhas e robustas que começam a coçar pelo corpo todo. Não! Não posso começar assim. O que o Doutor vai pensar de mim? 

Vou lá, sem receio. Olhando, sempre, o copo meio cheio. Falar que melhorou o meu joelho. E vou começar com o que está bom. Nesta quinta. Vou respirar bem fundo, afinal, o meu nariz...  
O meu nariz vai muito bem, obrigada!


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quarta-feira, 18 de setembro de 2019

UMA NOITE... E NADA MAIS!


A vida é sopro. Fagulha. Trem que passa ligeiro. Num exato movimento. Quem não embarca, perde o momento. Segue outra viagem. Mas qual efeito borboleta, novas e diferentes facetas vão aparecendo. Outras pessoas. Novos encontros. Outros acasos. Algumas vezes, achamos a sorte. Em outras, fracassos. 

Quem pode saber? Se cruzamos de repente com alguém que irá mudar a nossa vida para sempre? Um amor. Um parente. Um bandido. Um futuro marido? O que teria acontecido se aquele dia você não tivesse adormecido? A chave esquecido? Ou, simplesmente se arrependido? Tão humana essa nossa pretensão. Doce ilusão. De controlarmos alguma coisa em nossa trajetória. Prever nossos dias. Nossas horas. Se a qualquer momento vamos embora. E nos tornamos só memória para quem um dia nos amou e conheceu. 

Naquela noite ela nasceu... Branca. Brilhante. Cheirosa. Perfumando o ar do jardim. O forte aroma me fez sair de casa para sentir. Era a dama da noite! Olhei feliz. Num rápido apreciar. Amanhã vou fotografar. Mas a dama da noite é breve. Única. Singular.

No dia seguinte não estava mais lá! Restava fria no chão. Murcha. Sem vida. Com um mórbido aroma de recordação. Olhei sem pegar. Outras damas viçosas estarão hoje à noite no seu lugar. Mas aquela se foi. Perdi. Como algumas chances na vida, que foram despercebidas num instante fugaz. 

A linda dama saiu de cena depois do primeiro desabrochar. Exibiu seu perfume e beleza. Depois fechou-se para o mundo e caiu. Outra dama entrará no palco esta noite para se apresentar... Mas aquela dama. A mais branca. Única. Que brilhava pra mim na noite escura. Nunca mais.
Não deixe passar!


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segunda-feira, 16 de setembro de 2019

SILÊNCIO A DOIS...


Não sei se passaram dez ou quinze minutos. Ou sete horas... Que horas são, agora? Não dei conta. Fiquei ali, maravilhada, em silêncio. Olhando a paisagem. Perdida em longos pensamentos. Ora pensando em nada. Ora viajando por lugares distantes. Indo e vindo na paisagem quieta e relaxante. Instante de paz e serenidade. Coisa que vem com a idade.

Ele, ao meu lado também em silêncio, olhava a imensidão. Talvez, observando as diferentes formas na silhueta de cada montanha. As nuvens. A bruma. A grama. O horizonte reticente... O silêncio cabia ali tão perfeitamente que lembrei de um poeta anônimo que dizia com alma e profundidade... O silêncio não pesa onde existe intimidade. 

Não ter que falar. Nem comentar. Nem explicar. Apenas estar. Os dois quietos. Calados. Lado a lado. E o silêncio a nos completar. Leves momentos em que a vida pede pausa. Depois do stress. Da dor. Da raiva, da náusea.

Depois da festa desgastante. Em que temos que falar. Sorrir. Comer. Cumprir. Postar. E obrigatoriamente ser feliz... Como é bom silenciar. Aquietar por um momento. Refazendo a alma por dentro. Sozinha, só no pensamento. Sem dever a cumprir. Sem meta a alcançar. Apenas observar. Ser. Estar. Respirar.

Ficamos ali, cada um no seu silêncio. Juntos, eu e ele. Sem nada a dizer. Foram duas ou três horas... Teriam sido semanas? Só alguns minutos de êxtase e brevidade, no melhor silêncio.    
O silêncio divino... da cumplicidade!     



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quarta-feira, 4 de setembro de 2019

OS CAMPOS DE TRIGO...


À noite. No silêncio. Entre o sono e o sonho. Eles me convidam para entrar... São os campos de trigo! Lindos. Espécie de abrigo. Infinito... Imagem que vai surgindo em minha mente. Recorrente. Será o paraiso?

Entro feito o vento, em suave movimento. As plumas balançam ao roçar dos meus dedos. Sigo caminhando leve, na direção do sol. Às vezes, flutuando. Tocando com as mãos a plantação. Pés descalços. Rosto ao vento. Aquietando a alma, o coração, o pensamento.

Dizem que os campos de trigo tem grande simbologia. Espécie de santidade. Um portal. Uma passagem... Mistério e magia. Não procuro explicação. Aproveito o tempo que durar. Uma noite apenas. Ou, até o dia raiar.

Sei que logo mais será hora de acordar. Sair da cama e do sonho. Respirar um mundo duro. De cimentos e muro. À cada instante, mais veloz e menos seguro. Parecemos loucos. Tolos? Inimigos na Selva. Krig-há Bandolo! Donos de regras. Armados. Patéticos soldados, tristes e desalmados. Perdidos. Em lados separados...

O grão do trigo morre para depois germinar. Está em nossas mãos, um outro pão? A mais justa divisão? O novo plantar pede pressa. Todos em força tarefa. Namastê, amém, oxalá! E que algum anjo torto ou Deus mesmo, venha nos ajudar! Esta terra aqui já foi um bom lugar pra se habitar.

Enquanto isso, à noite eu sonho. E viajo nos campos de trigo. Meu refúgio. Minha pausa. Meu abrigo. Só um pouco de paz... é o que preciso! 




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