O mapa de atrações do Parque temático era um labirinto. Ao invés do musical de
sereias cantantes, paramos num mini Zoológico com animais sonolentos e entristecidos.
Um espaço grande e com animais alimentados. Mas o calor escaldante do dia deixava os bichos lentos e entediados. Os maiores, jogados
por sobre as pedras, como o urso e o leão, tinham um ar de melancolia naquele enjaulado dia. Eu apertava meus passos e meu coração.
Avistei os flamingos, os macaquinhos e os nada pacatos suricatos. Muito alegres, um
barato! Quem me encantou de fato foi a elefanta, ou aliá. Eu
prefiro “elefanta”, o som do “anta” parece combinar com o movimento
alongado da sua enorme tromba. Bem longa. De grande e boa milonga. À procura de água para encher a tromba e se refrescar...
Ela começou um lento caminhar em nossa direção. Havia um fosso, mas não era distante e
pudemos acompanhar o desfile monumental. Uma massa grossa de fina graça e elegância vindo mansamente com suas centenas de quilos e pele enrugada. Balançado
a tromba e a pênsil cauda. Parou em frente do grupo e vaidosa, ajeitou-se para posar.
Cabeça
enorme. Olhinhos pretinhos e miúdos. Virou para um lado e
para o outro, moveu a tromba, coçando delicadamente suas patas, esfregando a direita
na esquerda, num movimento leve feito balé. Senti ali a poesia de Drummond, que dizia se fantasiar em frágil elefante de papel crepom e sair às ruas, desmoronando todos os dias...
Meu coração de algodão quase se desmanchou ao ver o desalento e a solidão. E no
meio daquele mini zoológico escaldante veio a vontade nada poética e delirante de dar uma patada gigante em quem prendeu os animais ali.
Tirem já esses bichos entristecidos... daí!
VEM NOVIDADE POR AÍ...
NO INESPLICANDO!
AGUARDE!