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sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

ALMA TAMBÉM PARA!


A gente para. Ou a vida para a gente? Às vezes no meio do caminho. No meio da estrada. É dura a estancada. Não vemos  mais nada. Apenas névoa. Visão miúda e esvaziada.

Tem tempos que são assim.

Minha rede social foi raqueada. Sumiram milhares de amigos de jornada diária, crônicas e memórias compartilhadas. Roubo cibernético para alguém de má fé tentar um delito qualquer. Feliz, por não ter sido uma parada final, cardíaca, letal. Uma parada digital é mais breve, eventual. Junto dela veio uma conjuntivite de três semanas. Alérgica ou viral? Não sei. As duas arderam corpo e alma. Dor, nevoeiro, isolamento. Há noites que duram mais que outras noites.  

Depois veio a calma e o desprendimento. Um respiro mais lento silenciou o lamento. Foi pausa saudável.  Muita rede nos faz mal. Seria um toque providencial?

Tem tempos que são assim...

Até a palmeira imperial por quem eu tinha paixão foi ao chão, gigante e estrondosamente com um vendaval daqueles que agora se tornaram recorrentes. Resposta da natureza ao mal que  lhe fazemos.                                                                                               

As outras duas palmeiras arranquei como quem arranca as raízes de dentro da alma. Empatia não pode ser só palavra.. Ferir alguém é me ferir também. E lá se foram as árvores gigantes que de pequenas plantei. Viraram cepos cortados, sem folhas, bancos tristes e escuros. Os vizinhos estão agora mais seguros. Nós também.

Tem tempos que são assim.

A minha conta em breve será recuperada com os milhares de amigos e leitores e nossas histórias continuarão a ser compartilhadas. Quanto à conjuntivite, curei como muita coisa na vida se cura. Água pura. Gelada. Colocada constantemente de hora em hora, em casa e na enevoada estrada.

No meio da pressa, recordei a lenda do pequeno aprendiz e seu sábio cavalo, companheiro na floresta.

- Não consigo ver nada à frente. Nem gente, nem caminho, nem árvores ou restos de alguma construção. Só neblina densa sem visão. Minha alma para. O corpo para. Ajude-me, alazão!

Consegue ver o próximo passo? Faça apenas isso. Quando menos perceber, terá chegado ao seu destino!

Êia meu cavalinho, devagarzinho, passo a passo, vencendo aos poucos este súbito cansaço.

Tem tempos que são assim...


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