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terça-feira, 19 de maio de 2020

PODEMOS VOAR!


Ás vezes em silêncio, no meio de um falatório intenso, eu estava só em meu pensamento. Voava livre em ideias sem discernimento. A mente, sem manual, não distingue a ilusão do real. Está em nós a condução. Nos sentirmos sós ou não.

Quantas vezes num fim de semana, dentro do vestido mais lindo, eu tinha a alma inteira se despindo. O universo girando e eu mirando o chão, alheia à imensidão.

Pensamento é coisa sem certeza, sem tamanho. Atravessa cidades, oceanos. Feito um desejo imenso extravasando. Não se segura a revoada de pássaros no alto voando. 

Naquela rua solitária e fria, contraditória eu sorria. Lembrando de amores e fantasias. Eu cantava uma melodia, lembrava uma poesia. Não era fuga ou utopia. Eu pensava e minha alma sentia.

E no duro isolamento da pandemia, na cela pequena do meu aposento eu só tinha o meu pensamento. Avançava no futuro em saltos estelares. Mergulhava em redemoinho nos profundos mares. Voltava à casa da infância e dos lúdicos brinquedos. Ia até à lua e lhe dava um beijo.

No meu quarto fechado, meu pensamento é libertário. É leve. É livre. Ninguém detém. Ele vai aonde bem entender.
Continuo dentro de casa. E voando, fico bem!


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domingo, 10 de maio de 2020

A PONTE... DA MINHA ALDEIA

                                             

Um erro no jornal. O repórter distraído, trocou a imagem da Ponte Pensil de São Vicente pela foto da Golden Gate! Mas como são diferentes...                 

A Golden Gate não tem moleques atrevidos que pulam soltos e desprotegidos no mar atlântico vicentino, mar de tantas belezas e tamanhas incertezas.

A Golden Gate não tem no sopé, encravada, a casa das bananadas! Não tem, do lado de lá, junto às filas de carros que andam feito serpente, um bocado de ambulantes e diferentes gentes. Velhos, crianças, jovens, deficientes. Sob o sol escaldante. Ou nas noites frias e cortantes... - Olha a cocada! Limpador de para-brisas. Pano de chão. Bandeirola. Castanha do Pará. Esfregão...

Também não tem, logo alí no Japuí, as Marinas e seus ricos iates. Ao lado de casinhas simples dos pescadores com seus barquinhos de pequeno porte. Não, a Ponte Pênsil não é a Golden Gate. Muito menos São Francisco é São Vicente!

A Ponte Pênsil é a cara do Brasil e suas implacáveis diferenças. É o Brasil com todas as suas mazelas. Mas ainda assim, consegue ser bela! E na carona de Fernando Pessoa, pode ser pequena, menor e mais velha... mas é a ponte mais bela, porque é a ponte da minha terra!

Rústica e castigada, como a pele e os olhos dos meninos que dela pulam sem medo e sem porquês. A ponte pênsil tem veias de aço e madeira que balança. 

Tanto me alegrava, quando eu passava, criança e agora balança, em pensil esperança...  como o meu coração!

 

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Retratação foi publicada logo após a postagem ter sido apagada, do facebook 
      
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