A imensidão me encanta. E me assusta. O céu infinito
e o oceano profundo dão a justa dimensão do meu tamanho no mundo. Um simples ponto. Micro. Minúsculo! E nesse azul encontro, meu ego fica meio tonto e vai-se embora. Resta apenas o aqui, agora. Perco poderes. Cargo. Dinheiro. Glória. E o pouco da própria história... Somos partícula de
um todo. Poderoso, gigante e majestoso. Eu sinto a imensidão por dentro. E me comovo...
Deve ser assim olhar de perto as estrelas. No cenário mágico e incompreensível do infinito. Entre a luz dos astros, o espaço e um buraco enigmático. Buraco
negro que guarda segredos. Fotografado. Jamais desvendado. Que me atrai. E mete medo!
Dizem que os astronautas, quando voltam, ficam loucos. Ou passam a louvar a Deus. Até mesmo os ateus. Não dá pra ficar são diante da imensidão...
Foi no grande cânion da Foz do Iguaçu, meu contato mais próximo com a imensidade. As águas em queda livre. Volumáximo. Volumenso. Volumístico! Inventei palavras para descrever a sensação daquelas cascatas colossais. Naturais. Jorrando com força máxima. Energizando as rochas e o chão. No dia ensolarado de luz e reflexão.
A vontade era entrar sob as fortes cascatas deixando
cair sobre minhas costas o jorro das toneladas. Águas geladas e correntes. Lavando e
levando tudo. Do corpo e da mente. Dores. Dissabores. Pensamentos antigos.
Hábitos nocivos. Coisinhas banais que não me servem mais...
Sobraria então, o corpo são! E uma alma novinha, mais pura, pra recomeçar... A imensidão me encanta. E me assusta. Imensidão das águas. Do céu. Do mar...
Que me põe,
sempre, no meu justo lugar...
ENCONTRO " LETRA E MÚSICA "
NO ESPAÇO CULTURAL GHOSTNOTE
Rafael Gomes e Inês Bari