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quarta-feira, 17 de abril de 2019

PONTO NA IMENSIDÃO...


A imensidão me encanta. E me assusta. O céu infinito e o oceano profundo dão a justa dimensão do meu tamanho no mundo. Um simples ponto. Micro. Minúsculo! E nesse azul encontro, meu ego fica meio tonto e vai-se embora. Resta apenas o aqui, agora. Perco poderes. Cargo. Dinheiro. Glória. E o pouco da própria história... Somos partícula de um todo. Poderoso, gigante e majestoso. Eu sinto a imensidão por dentro. E me comovo...  
Deve ser assim olhar de perto as estrelas. No cenário mágico e incompreensível do infinito. Entre a luz dos astros, o espaço e um buraco enigmático. Buraco negro que guarda segredos. Fotografado. Jamais desvendado. Que me atrai. E mete medo! 
Dizem que os astronautas, quando voltam, ficam loucos. Ou passam a louvar a Deus. Até mesmo os ateus. Não dá pra ficar são diante da imensidão...  
Foi no grande cânion da Foz do Iguaçu, meu contato mais próximo com a imensidade. As águas em queda livre.  Volumáximo. Volumenso. Volumístico! Inventei palavras para descrever a sensação daquelas cascatas colossais. Naturais. Jorrando com força máxima. Energizando as rochas e o chão. No dia ensolarado de luz e reflexão.  

A vontade era entrar sob as fortes cascatas deixando cair sobre minhas costas o jorro das toneladas. Águas geladas e correntes. Lavando e levando tudo. Do corpo e da mente. Dores. Dissabores. Pensamentos antigos. Hábitos nocivos. Coisinhas banais que não me servem mais... 
Sobraria então, o corpo são! E uma alma novinha, mais pura, pra recomeçar... A imensidão me encanta. E me assusta. Imensidão das águas. Do céu. Do mar... 
Que me põe, sempre, no meu justo lugar...     


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                     ENCONTRO  " LETRA E MÚSICA "
                    NO ESPAÇO CULTURAL GHOSTNOTE

                     


                        Rafael Gomes e Inês Bari