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sábado, 2 de julho de 2022

O AMOR ERA AZUL...

Já tive fusca, como muitos. Hoje ando com um carro antigo, importado. Paro no farol e ouço do motorista ao lado... Que ano é ? Quantos cilindros? Que carro lindo! Não sei bem onde estão os cilindros. Sei onde fica o tanque de combustível e pra mim já está bem. Abro o teto solar acenando para o astro rei e passeio com ele devagar. E tem sempre alguém querendo comprar...

O carro é antigo. Ano noventa e cinco! Logo, logo, vai virar placa preta,  por sua originalidade e conservação. Eu mesma, não tenho essa ambição. Trocarei algumas peças em meu corpo, se preciso for.  

Mas ele é o meu xodó. Parece com os antigos carros dos anos sessenta. Fino e esportivo. Cor de sangue. Tipo Mustangue. Porém, mais comum e barato. O banco se inclina e se deita. Quem for muito grande, não entra! Feito sob medida, gosto de pensar assim. Mas tem sempre alguém querendo comprar...

No mês passado achei um bilhetinho... - Quer vender? Me liga. Jaiminho! Oras, Jaiminho, é questão de carinho. Dinheiro nenhum pode pagar. Joguei o bilhete fora. Que ache outro pra namorar!

Acostumei tanto com gente cobiçando o meu carango que outro dia achei estranho... Levei meu marido para buscar um fusquinha 66 que saia da oficina, cor azul calcinha. Eu vinha na frente com o meu carro vermelho atraente e ele logo atrás. Na esquina de um bar, um grupo de homens saiu rapidamente para olhar. Vão perguntar do meu carro, podia apostar...

Necas. Olharam todos para o fusca velhinho que vinha atrás, rodas fininhas, calotas brancas, espelhinhos originais. O olhar era de encantamento e emoção.

Meu carro vermelho era só atração. Mas o fusquinha... o fusquinha azul, era amor!


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