Já tive fusca, como muitos. Hoje ando com um carro
antigo, importado. Paro no farol e ouço do motorista ao lado... Que ano é ?
Quantos cilindros? Que carro lindo! Não sei bem onde estão os cilindros. Sei
onde fica o tanque de combustível e pra mim já está bem. Abro o teto solar acenando para o astro rei e passeio com ele devagar. E
tem sempre alguém querendo comprar...
O carro é antigo. Ano noventa e cinco! Logo, logo,
vai virar placa preta, por sua
originalidade e conservação. Eu mesma, não tenho essa ambição. Trocarei algumas
peças em meu corpo, se preciso for.
Mas ele é o meu xodó. Parece com os antigos carros dos anos sessenta. Fino e esportivo. Cor de sangue. Tipo Mustangue. Porém, mais comum e barato. O banco se inclina e se deita. Quem for muito grande, não entra! Feito sob medida, gosto de pensar assim. Mas tem sempre alguém querendo comprar...
No mês passado achei um bilhetinho... - Quer vender? Me liga. Jaiminho! Oras, Jaiminho, é questão de carinho. Dinheiro nenhum pode pagar. Joguei o bilhete fora. Que ache outro pra namorar!
Acostumei tanto com gente cobiçando o meu carango
que outro dia achei estranho... Levei meu marido para buscar um fusquinha 66
que saia da oficina, cor azul calcinha. Eu vinha na frente com o meu carro vermelho
atraente e ele logo atrás. Na esquina de um bar, um grupo de homens saiu rapidamente
para olhar. Vão perguntar do meu carro, podia apostar...
Necas. Olharam todos para o fusca velhinho que vinha
atrás, rodas fininhas, calotas brancas, espelhinhos originais. O olhar era de
encantamento e emoção.
Meu carro vermelho era só atração. Mas o
fusquinha... o fusquinha azul, era amor!
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