Eu tremia feito vara verde no alpendre, me esgueirando entre a parede branca e uma grade fininha que dava na minha cintura. Era o meu limite. Minha dose razoável de loucura. Havia mais dois ou três giros na escada em caracol para chegar ao topo. Eu dispensava. Queria só a parte suave. Sem sentir o fantasma que rondava dentro de mim, prestes a saltar. Além do frio na barriga e a falta de ar.
Nasci com vocação dos pés voltados para o chão. No máximo, levo um tropeção. Mas tem gente que não afina. Busca o última gota de adrenalina. O voo mais alto. A viga mais fina. Vivem na vertigem. Amigos do perigo. Destemidos e devoradores de emoção.
Eu me contento com voos da imaginação. É em pensamentos que cruzo grandes penhascos. Mares e vales surreais. Nesse universo, os medos terrenos são banais. Gigantes são os medos da alma. Invisíveis e abissais.
No topo da torre alta, de bela vista, abandonei os meus planos de conquista. Zero de heroína bacana. Covarde feito uma banana!
E não é que um fedelho chegou correndo e sem medo foi até o último degrau? No alto e com os pés na grade, gritou feito Bonaparte... Eu sou o Rei!
E não é que um fedelho chegou correndo e sem medo foi até o último degrau? No alto e com os pés na grade, gritou feito Bonaparte... Eu sou o Rei!
Sorri e acreditei.
A vida é um grande brinquedo para quem não conhece o medo.
*******
KIT DOIS LIVROS INESPLICANDO MAIS A CANECA!
NO SITE PAPALE'S EDITORIAL
Nenhum comentário:
Postar um comentário