* * *
PEÇA O LIVRO "INESPLICANDO", AGORA MESMO!
PELO WHAT'SAPP 13 997754072
E RECEBA EM CASA, PELO CORREIO...
COM DEDICATÓRIA!
Riacho. Acho que ri. Acho que corre. Acho...
Acho que riacho é um gotejar fresco de barulho delicado. Vai levando intermitente o passado. Pois é água corrente. É sempre presente. Um agora sem fim.
Acho a felicidade um riacho que corre em gotas. De alegrias pequenas, serenas. Um café sobre a mesa. Um pio de ave na natureza. Um beijo macio de delicadeza.
Riacho, eu acho, é um existir tímido e tranquilo.
O oceano é intempestivo. Rítmico e mítico. Tem nome e sobrenome. Atlântico, Índico, Pacífico. O riacho nem nome tem. Ele vem, continua e some. Vai pra onde ninguém vê e se mistura sem ego, num maior ser.
Mais jovem fui um oceano rufando. Com águas revoltas e Júpiter evocando. Acho que hoje, diacho, hoje sou um riacho. Acalmei as marés cheias e as ondas crespas do passado. Está tudo mais calmo. Serpenteio maleável em cada curva do leito, ao som de uma leve música que acalma meu peito.
Olhar o canal e a ponte de madeira trouxeram de volta a imagem do riacho que eu acho que corre. Acho que ri. Acho até que canta. Ouço o barulho do seu gotejar inundando a lembrança.
Hoje, mais humilde e mansa, brinco e me alegro em pingos. Todos os dias são domingo. Vou saboreando a beleza da natureza e dos bichos. Conservo poucos e bons amigos.
Sou um fio de rio. Flor que boia. Não para o oceano aberto, mas para um lago manso que eu sinto mais perto. Lago da maturidade. Lago com um banco branco e jardim.
O riacho, hoje, passa lento... dentro de mim.
*******