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terça-feira, 15 de dezembro de 2020

SEGURA A LUA...

Segura mais um pouco a lua... Só meia hora. Para que não anoiteça agora. Os raios de sol rebrilham as flores e os galhos mais altos. Ainda se vê o horizonte, as montanhas distantes e a linha que separa o céu e o mar.

Segura a lua mais um pouquinho... Recolhe e esconde em sua mão. Mas não devolve agora. Espere só meia hora. Um final de luz ilumina o fim do dia e há um resto de chama acesa em meu coração. Vou sair a céu aberto e me despedir de mais uma jornada. Dar adeus ao azul e às nuvens alaranjadas. Aos sonhos sonhados, mesmo não consumados. Ao amor revelado, mesmo não compreendido. Adeus aos últimos raios de sol que já vão se pondo descolorindo os meninos, vultos cinzentos ao longe sumindo...

É estranha em mim a sensação do entardecer. Um tom de lamento. Das coisas lindas e findas. Do resignar pelo dia, único, que não vai voltar. No lusco-fusco confuso do entardecer, eu sempre me confundo. É dia ainda? Ou já é noite? Espero mais alguns instantes. As coisas vão se apagando de vez. Os telhados das casas, as ruas e as calçadas, até que os primeiros faróis começam a iluminar. Não há mais como adiar.

Os passarinhos voltam, todos em revoada para suas árvores e para os seus ninhos... Pode trazer a lua agora. Que venha a noite com seu brilho e encantos. Nada de entristecer. Apenas mais um entardecer! E antes que a noite se instale de vez, eu volto voando pra casa e me recolho sonhando com o sol da manhã, mais uma vez... 



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Um comentário:

  1. A gente quer segurar, mas tem q deixar seguir né.
    Linda crônica, tão suave e intensa . adorei

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