Ele disse que sabe cantar o Hino nacional de ponta a ponta! Sem errar nenhum pedaço. Sabe o que eu acho? Ele está me
enganando...
E lá se foi o Sílvio carregando o peso dos seus
oitenta anos. Passos lentos e ritmados, pela calçada da vizinhança, até encontrar uma papelaria. Queria achar aqueles cadernos antigos que tinham o hino nacional estampado
na parte de trás. Não existiam mais!
Tivemos que imprimir o hino, em letras garrafais, só pra ele conferir... E não é que o Flávio sabe mesmo? Cantou
direitinho. Do ouviram do Ipiranga até o finalzinho... Pátria amada, Brasil! Cantarolou e sorriu...
Era uma amizade tardia. Feita na vizinhança. Por
quem sabe que é preciso um amigo por perto. Mesmo que esse amigo não esteja
sempre certo. A amizade dos sozinhos. Dos velhos e vizinhos. Que contam da
vida e seus amores. Dividem as dores, bulas, remédios e dissabores...
Quando quebrava o chuveiro, o Sílvio chamava o Flávio
pra consertar. - Não precisa pagar o conserto. Mas o café, eu aceito! Era sempre
na mesma padaria. Quase todo dia.
- Desse jeito vai sair caro. O Silvio se
divertia...
De noite ou de dia viviam se
cruzando na vizinhança. Sem muito combinar. Sabiam os horários que estariam por lá. Prontos
para prosear. Riam e brincavam. Às vezes brigavam. Eram dias sem se falar...
Encontrei o Silvio chateado... Briguei com o Flávio. Ele me ofendeu. O Flavio então apareceu, triste e cabisbaixo. Olhou para o
amigo Silvio e reconheceu... Eu queria pedir desculpas. Mas você é mais teimoso que
eu!
Peguei o dedinho mindinho dos dois velhinhos e promovi a reconciliação. Que tal um café na padaria? - Dessa vez eu pago, disse o Flávio, sorridente. - Até que enfim! Silvio alegremente "alegreceu"...
E as duas velhas
crianças seguiram em frente. Passos lentos...
Amigos, novamente!
* * *
Foto:Getty Images/iStockphoto
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❤❤❤❤❤❤ você nos traz muita alegria, Inês Bari!!!
ResponderExcluirQue bom, Fernando!
ExcluirQuem tem amigos não morre sozinho... feliz dia do amigo, que tem que ser comemorado todo dia... excelente texto... parabéns!!!
ResponderExcluirObrigada, "amigo" Rogério!
ExcluirTocante.
ResponderExcluirÉ.essa amizade tardia , entre os sozinhos e vizinhos..
Todos com.suas rabugices, suas estórias. E sua teimosia..
Amizades necessárias..
Inês, sempre captando as emoções da vida..
Rabugices fazem parte... viva a vida, com os amigos!bjs
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAhhh, "A amizade dos sozinhos. Dos velhos e vizinhos. Que contam da vida e de seus amores. Dividem as dores. Bulas, remédios, dissabores...", eu amei isso! belo, muito belo!
ResponderExcluirObrigada Luciana! Viva seu projeto de literatura! Viva a amizade!
ExcluirMinha amiga Inês Bari, você e suas crônicas apaixonantes, fazendo do dia-a-dia uma eterna magia. Adorei.
ResponderExcluirObrigada, "amigo" Washington, a sua companhia no blog me deixa muito feliz!
ExcluirMinha amiga Inês Bari, você e suas crônicas apaixonantes, fazendo do dia-a-dia uma eterna magia. Adorei.
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