Olhei seus olhos. Vi pontinhos.
Seriam três de reticências?
Desviei o olhar com receio de não ver a certeza.
Lá dentro, não me encontrar.
Olhei seus olhos. Vi pontinhos.
Seriam passarinhos?
Voando. Voltando pro ninho?
Debandariam assustados com um olhar arregalado.
Olhei seus olhos. Vi pontinhos.
Pretinhas jaboticabas. Ou sementes
de maracujá?
Lançadas na pupila côncava que me acolhe
e semeia em seu doce curvar.
Olhei seus olhos, Vi pontinhos.
Agora eram estrelas.
Planetas. Meteoritos.
Meus olhos ficaram perdidos
no vão incompreensível daquele infinito...
Por fim moveram-se os pontinhos.
Loucos elétrons a girar
numa órbita de amor particular.
Vi dois seres juntinhos. Iris e
Osiris.
Prestes a colidir e se reintegrar.
Olhei seus olhos. Vi pontinhos.
Ávidos e divinos.
A pupila apaixonada se dilatava.
E nossas almas se amavam...
na beira do seu cristalino!
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