Páginas

quarta-feira, 21 de junho de 2017

LÁ NO JACARÉ


São duas as Biritibas. Não muito distantes de Mogi das Cruzes. Uma é a Mirim. A outra é a Ussú. Só isso já bastava para tornar curiosa a nossa visita à cidade que ficava a uns trinta quilômetros do sítio onde eu descansava o final de semana: Biritiba Mirim! Doce, rústica e pacata...
Quando a noite escureceu a mata e o som das cigarras já trazia um ar de melancolia e solidão, decidimos procurar algo mais alegre na cidade grande, que não era tão grande assim. Mas era sábado! Alguma coisa devia acontecer por lá...
Meia hora de carro e avistamos, do lado direito da estrada, uma grande construção. Um armazém enorme que, soubemos mais tarde, havia abrigado a Lobo’s, maior discoteca do pedaço, há anos desativada. Passamos. Não era o que a gente desejava...
Seguindo na pista, do lado esquerdo avistamos um posto de gasolina. Bem iluminado e com uma subida que dava no centro de Biritiba. Havia uma entrada principal, com um pequeno portal e arvoredo, mas chegamos pelos fundos, mesmo. A rua do comércio, toda apagada. Pequenas lojinhas de roupa, materiais de construção e ração para animais...
Aberta mesmo, só uma pizzaria. No final da rua, na praça da Igreja. Agora sim, Biritiba fervia, acesa! Paramos o carro atrás de alguns cavalos amarrados nos postes. Seus donos estavam em grupos, na frente de dois ou três bares e padarias, conversando ao som da música sertaneja. A maioria de bota, chapéu e cinto de cowboy.
Eram moços e moças, com rostos vermelhos de quem toma sol com poeira todos os dias nos campos e na roça. Era animada a prosa. Tomavam cervejas, energéticos e pinga do alambique, de cor azulada. No meio da conversaiada, encontrei o Edú, caseiro do sítio... - O que se faz de bom por aqui, amigo? E, no seu caipirês tímido, respondeu:  “ nóis tá só no esquenta, ué! Depois vai tudo pro Jacaré!”
Pegamos o carro, estacionado atrás de três cansados cavalos e seguimos em direção a saída da cidade... A casa era velha e simples. Com dois andares. Toda pintada de preto com uma luz verde na janela de cima. Saia fumaça, calor e todo estilo de mulher... No alto, a placa: Forró do Jacaré! 
Olhamos apenas e por ali paramos! No dia seguinte, o galo e as galinhas do sítio iriam nos acordar cedinho, com outros planos. Ficou a lembrança alegre e viva da pacata e nada ingênua Biritiba! 
E da noite quente... no forró do Jacaré! Ué!

*                             *                               *                              *          
                                 



CLIQUE NA IMAGEM DOS LIVROS NO ALTO DA PÁGINA
( versão web) E COMPRE O COMBO INESPLICANDO COM DESCONTO 
E PARCELADO EM DUAS VEZES.... DIRETO DA CHIADOBOOKS!

  
             

4 comentários:

  1. Excelente Inês..
    Despertou minhas lembranças dos.bons tempos de Biritiba..

    ResponderExcluir
  2. Excelente Inês..
    Despertou minhas lembranças dos.bons tempos de Biritiba..

    ResponderExcluir
  3. Adorei a aventura! Sempre bom ler você!

    ResponderExcluir
  4. Que bacana, essas lembranças são muito especiais,na simplicidade é um lugar bom de estar

    ResponderExcluir