Um de janeiro. A primeira onda veio. Olhei aquele mar imenso,
senti-me dentro. No ondular tenso desse ano inteiro. Vaivém de esperanças com incertezas. De janeiro à dezembro. Brasil da ressaca, dos arcabouços, orçamentos. Maré no começo. Pulei sem receio!
A segunda onda chegou, com águas que vinham do outro
lado do mundo. Trazia os mesmos sentimentos. Onda de extremos. Guerras por terras, atos absurdos. Chorei. Eu não sabia russo, nem árabe ou mandarim. Pulei rapidim.
A terceira onda chegou. Trouxe as queixas e o troco da natureza.
Vieram plásticos, tampinhas, além das flores brancas e garrafas de cachaça. De
tanto que me calei, que não gritei e me envergonhei. Pulei também.
A quarta onda era virtual. Não fui fundo. Nem pesquei.
Apenas curti e pulei!
Na quinta onda vieram os peixinhos. Conversamos
rapidinho. Era raso. Dei um aceno rápido, abrindo os meus braços e eles tiveram
que partir...
Na sexta onda eu entrei de corpo inteiro. Sem
receio. Queria o sal grosso limpando o corpo e a alma. Tirando o ranço desse
ano grosseiro.
E a última onda chegou enfim. Era onda pequena. Miúda.
Mas foi crescendo. Tinha uma crispa branca de espuma e esperança. Dobrei os
joelhos. Olhei para as estrelas. Fiz o meu pedido e voltei pulando feito
criança. Ah, essa onda chamada esperança...
Ainda hoje recomeço. Novinha em folha. Com força e
sem avatar. Temos um mundo real pra consertar!
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OBRIGADA PELA COMPANHIA NESTE ANO!
QUE VENHA UM NOVO ANO, INES...PLICAVELMENTE MELHOR.
CHEIO DE LIVROS E ESPERANÇA!
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