Não é fácil calar o pensamento. Descansar em pausa. Silenciar a
alma. Ouvir o que a natureza anda dizendo...
Tenho conversado com o vento. Ele tem gemido nos
últimos tempos. Um uivo faminto. Lobo eólico que chega rodopiando as
folhas, tirando as telhas das casas e sacudindo as almas em desassossego. É urgente silenciar por dentro. Ouvir os sons mais ternos, menos violentos.
O som da brisa balança as folhas do
coqueiro. É preciso estar atento. A água do rio desliza entre as
pedras, gotejando e refrescando a alma por dentro. Plufts leves e perfeitos. Ouvi-los, exige silêncio.
Os bichos também falam. Os insetos pequenos
rodopiam ao redor da lâmpada, zunindo até cair. Melhor não insistir. São
loucos ou tontos no seu girar sem fim. Melhor ouvir os pássaros cantando livres no jardim...
A natureza tem sons sutis. Disque-disques.
Chiadinhos. Zum zunz, tiriris. Voz das abelhas, zabelês, besouros e bichos esquisitos que conversam no ar. Outros na terra, se metem a gorgear. Os ouvidos treinados conseguem escutar os sustenidos ao
longe e as notinhas semi-fantasmas no ar...
Bem-vindo oásis do silêncio. Por fora e por dentro. Assim ouvimos o que a alma canta e o que sussurra o coração. Solitude não é solidão!
E quando cessa a fala, a alma ouve o mais lindo canto... da natureza, poetando.
* *
VEM NOVIDADES POR AÍ!
AGUARDE..... "INESPLICANDO" EM NOVAS PLATAFORMAS!
Verdade.
ResponderExcluirA gente tem q aprender a ouvir.
Tanta coisa passa despercebida, difícil é ficar atento e conseguir ouvir principalmente com a alma né.
Os poetas ouvem todos os sons e preferem os mais inaudíveis. Ou melhor dizendo, preferem os sons que vão além dos audíveis.
ResponderExcluirVocê sabe ouvir estes sons inaudíveis... querida poeta!
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