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quarta-feira, 8 de novembro de 2023

POESIA DAS PEQUENAS COISAS


Um sopro leve de vento. O soar distante do mar. Uma nota solta de Bach...

Os sussurros do homem e da natureza reverberam ao coração. respiração mansinha. O som dos lábios no beijo, pausas e entrelinhas. Suspiros de compreensão. 

A poesia das pequenas coisas... O som da brisa balançando as folhas do coqueiro. A água do rio deslizando entre as pedras, refrescando a alma por dentro. Pingos leves e perfeitos. Ouvi-los, exige silêncio.

Os bichos também falam. Os insetos pequenos rodopiam ao redor da lâmpada, zunindo até cair. São tontos no seu girar sem fim. Deviam se inspirar nos colibris e borboletas que pairam sobre as flores, silenciosos no jardim.

Quando nos aquietamos, ouvimos os sons mais sutis. Disque-disques. Chiadinhos. Zum zunz, tiriris. A voz das abelhas, zabelês, bichos esquisitos que conversam no ar. Os ouvidos mais treinados ouvem sustenidos ao longe e notinhas fantasmas no ar. 

O som das pequenas coisas. Tão difícil de hoje se ouvir.

Um vento forte tem gemido alto nos últimos tempos. É um uivo faminto. Lobo eólico que chega rodopiando as folhas, tirando as telhas das casas e deixando as almas em desassossego. Rufam os trovões da natureza aflita. O planeta grita em lamento. Um dia foi verde, agora é cinzento. Gelos caem fazendo barulho. 

O Deus-natureza nos envia uma tarefa urgente. Recuperar a Terra e restaurar a paz, para ouvirmos os sons mais ternos e menos violentos. Os sons pequenos.

Porque é no oásis do silêncio, por fora e por dentro que ouvimos a alma em conversa íntima e suave com o coração. 

E quando cessa a fala, ouvimos o melhor dos cantos. Da natureza, poetando.


 

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3 comentários:

  1. Verdade.
    A gente tem q aprender a ouvir.
    Tanta coisa passa despercebida, difícil é ficar atento e conseguir ouvir principalmente com a alma né.

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  2. Os poetas ouvem todos os sons e preferem os mais inaudíveis. Ou melhor dizendo, preferem os sons que vão além dos audíveis.

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