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terça-feira, 16 de maio de 2023

A PAZ DO BANQUINHO...

                                                              

Preciso, com certa urgência, de um tanto de paz. Uma paz quietinha. Miudinha. Num lago dos sonhos. Com um banquinho branquinho para me sentar em abandono. 

De criança eu buscava na mata as pedras mais roliças e chatas. Alçava o braço para trás e lançava. O golpe era rente à água e a pedra seguia ligeira, pulando na superfície. Uma, duas, três vezes, quicando. Pai, mãe, filhos e filhas! O lago aos poucos ia se agitando.

Eu, menina maluquinha, voltava a lançar novas pedrinhas para formar uma grande família. Nunca conseguia. A cortina de água inerte e calma do lago respondia com ondas serenas. Círculos que saiam do ponto do atrito e se estendiam até a borda final. Logo o lago voltava ao seu estado pacífico natural.

Sinto falta da criança pedra-saltitante que eu era. Um certo cansaço me alcança. O desamor e as fortes pedradas da caminhada formaram ondas gigantes em minha alma. A violência nos ronda. O mundo, às vésperas de alguma guerra tonta. O tempo e a chuva deslizam pelas frestas. A Terra reclama. Caem ao redor perigosas pedras.

Achei enfim o banquinho. Branquinho, no lago calmo perdido no meio do mato. Sentei sem nada nas mãos. É curto o meu tempo e urgente o meu amor. Olhei as árvores e o céu quietos e cúmplices da minha paz. O manto da noite desceu com ares de conclusão. Tudo seguiu calmo, só as cigarras entoando uma canção.

No refrão... a natureza, salvação.



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A brincadeira de quicar pedras na água é levada a sério por muita gente. O stone skipping tem até uma associação norte-americana e recorde mundial reconhecido pelo Guinness Book... 88 pulos!

https://gizmodo.uol.com.br/pedra-quica-88-vezes-na-agua/

 



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