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quarta-feira, 28 de agosto de 2019

A MAIOR PALAVRA...


Anticonstitucionalissimamente! Eu era criança e me orgulhava de pronunciar com destreza a maior palavra da época. Hoje, ela já deve ter perdido o status. Não tive tempo de olhar no Google Dicionário. Outras mais extensas devem ter chegado e ocupado o lugar... 

As palavras têm vida própria. Peso. Energia. Tamanhos diferenciados. Às vezes, mudam, com o tempo, seus significados. Mas continuam mágicas. E ao notar que eu conversava com minha mãe usando expressões corretas e boas palavras, a senhora sentada ao lado no ônibus comentou: - ela é tão pequena e fala tão bem! Olhei para frente e disparei pa-ra-le-le-pí-pe-do! Sílaba por sílaba. Deixando minha mãe encabulada! Eu já era vaidosa naquela época... 

Gosto também dos neologismos. Palavras inventadas, do nada. Que ficam perfeitas na composição... Drummond, no famoso poema, disse com ironia, não estar à altura do atual gráu de evolução. Da falta de amor... E sensualizou moderneticamente: “Faço meu amor em vidrotil? Nossos coitos serão em modernfold?" Essas palavras não pegaram, mas a crítica, pegou! 

O que falar de Veríssimo, o filho, criando frases compreensíveis com palavras totalmente descabíveis? “A senhora entrou com uma bandalheira preta no funeral..." Ela certamente usava um cachecol, ou tecido escuro jogado nas costas. Mas que ficou bom, ficou!

As palavras grandes ou gigantes como eu gostava quando criança, ainda são muito usadas por bruxas ou feiticeiras. Em séries e filmes de magia. São muitas em Harry Potter, Senhor dos Anéis... E os mais antigos vão lembrar da frase mágica da simpática babá Mary Poppins que, com ela, abria seu guarda-chuva e voava... Supercalifragilisticexpialidoce! 

Lembro do episódio que o garotinho repetia a palavra inúmeras vezes, mas não conseguia voar. Mary Poppins insistia...Vamos lá! Fale! E não esqueça, coloque o essencial: amor!  Palavra curtinha. Quatro letrinhas bobas. E a mais poderosa de todas...



*                                    *                                 *                                *


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Um comentário:

  1. Tb gosto muito de palavras, elas têm peso sim e muita importância, qdo são verbalizadas, qdo são escritas.
    Respeito muito e admiro tb quem sabe usá-las com propriedade.
    Eu tento..
    A Inês Bari consegue.. RS, desde pequena ..rs

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