Há tempos eu não via e ouvia um galo cantar. Tão perto e no meio de carros, ciclistas e pedestres. Era a alegria ciscando solta nas ruas! Como dizia o grande poeta norte-americano e caminhante convicto Walt Whitman, é nas ruas que se encontra a poesia. O inusitado também!
Saí a pé para comprar
orquídeas e vasos... A loja de plantas havia reformado. Agora, tinha uma entrada mais ampla e pelos lados. Original. Mas para entrar, teria de passar por um quintal rústico e simplório.
Onde se consertam bicicletas e acessórios. Tudo muito bagunçado. Tralhas, pneus, engenhocas e penduricalhos.
Cruzei a terra amarela com ares de rural atmosfera quando ouvi um galo cantar. Canto forte! De bicho
contente. No meio de tanta gente. Olhei pro outro lado e a mãe galinha orgulhosa passeava com
seus sete ou oito pintinhos, livres e ciscantes na sua cola. Pequeninos. Ligeirinhos. Saídos há pouco do
ovo. E o Galo cantou de novo! Perto da esquina da estação de trem. Entre rodas e bicicletas. No meio da muvuca e do vaivém...
E veio a surpresa maior. Um grande
aparelho de som tocava alto e em bom som, a canção do Belchior! Galos, noites e
quintais! Voltei sorrindo
e cantando no alegre e diferente entardecer. Feliz como o poeta americano que só andava a pé e via nas ruas a poesia
acontecer.
Ou, como Belchior. Alegre como um rio. Um bando de pardais. Pois ainda havia galos, noites e quintais...
Adorei. Você é show.
ResponderExcluirAdorei..
ResponderExcluirFiquei com.saudades de ouvir um galo cantando, faz tanto tempo q não ouço.
Inês Bari.. Q sensibilidade para captar esses momentos q se tornam tão especiais vistos pelos seus olhos.
E esses sinais do universo.. galos, pintinhos quintais, Belchior.. tudo junto.
Lindo.
Em minha cidade ouço ao longe o canto de galos na madrugada.
ResponderExcluirMe lembra de minha infância.