Vivemos tempos de contrastes. Nuvens escuras e poucos raios de ternura. Um vai e vem de esperança danado num universo todo bagunçado. Dias que viram noites. Chuvas gigantes. A gente balança. O coração se cansa. Nossa alma é castigada.
Nessas horas eu converso com as plantas e as árvores nas paisagens. Olho os pássaros que continuam parados, cantando sobre os galhos. O vento ventando carregando as folhas escuras. Flores novas despontam fortes e lindas. A vida segue sem guinadas. Amanhece no final de cada madrugada. E um grilo sozinho rompe o silêncio de uma noite inteira.
Recebi uma foto do céu emburrado e cinzento no fim de tarde paulistano, clicado da janela. Entre nuvens e trovões, raios de sol alegres despontavam. Olhei a imagem que me provocava... Chuva e sol? Ou sol e chuva?
Primeiro a chuva. Deixo o sol pro final. Dispenso a viúva. Vou sem capa e guarda-chuva no casamento do Espanhol!
E quando a humanidade me desanima com suas maldades e loucuras... eu procuro as árvores, as flores e os pássaros. A natureza me cura.
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