Os grandes feitos estão todos anotados, no arquivo inchado da nossa memória. Polidos como medalhas. Alguns, bem empoeirados. Eternizados com o orgulho da fama. Ao recordá-los, o nosso ego se inflama. São as grandes conquistas. O cargo. O diploma. A foto da caridade nos jornais da semana.
Os fatos familiares e emotivos também estão protegidos num arquivo vivo. O casamento. O nascimento dos filhos. Os netos, bisnetos... Numa extensa pasta, denominada “ lado bom da família”. Relícário hereditário de maravilhas!
Mas onde moram as memórias mais simples, dos milagres cotidianos? Mais divinos que humanos? Momentos de anônima beleza. Que
vem sem anúncio. Vem da natureza.
As formiguinhas carregando folhas gigantes em suas
costas. Parecem tão dispostas e suportam sem reclamar. Os insetos e sua rotineira
folia, lambendo as flores, provando o néctar do dia. Os peixinhos na
beirinha. Hoje mesmo vi um cardume deles. Ligeiros e perto dos meus pés. Meio metro
apenas. Voltaram correndo pro mar. Vou me lembrar?
São tantos milagres. O céu ficando laranja. O tear
mágico e geométrico das aranhas. As andorinhas voando em jornadas intensas. A
névoa densa. A lua redonda surgindo atrás da montanha.
Ontem, um jovem em seu quintal de chão pobre, dançava na chuva um balé clássico e nobre, de rara beleza. Quanta
delicadeza! Vi sua imagem de passagem...
Milagres. Milagres sem registro. O ovo quebrando e pronto, um pinto! Na minha janela nasceram dois pombos irmãos. Um branco e um preto retinto. Milagres todos os dias. Milagre da vida! Que nem sempre se arquiva. A vida simples de todos nós, seletivos mortais.
Milagres. Milagres sem registro. O ovo quebrando e pronto, um pinto! Na minha janela nasceram dois pombos irmãos. Um branco e um preto retinto. Milagres todos os dias. Milagre da vida! Que nem sempre se arquiva. A vida simples de todos nós, seletivos mortais.
Olhemos
bem os sinais. Os pequenos milagres que todo dia a vida traz!
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Milagres cotidianos, da natureza, qdo a gente sossega o coração e a mente, começa a enxergar tantos milagres.
ResponderExcluirTb pode acontecer de
enxergar milagres do passado q talvez tenham passado despercebidos na época, mas dp descobrimos q tb foram milagres... divinas.. da natureza..
Disse certo... quando a gente sossega o coração... e tira todo rancor.. vê maravilhas que antes não via... tentemos... bjs
ExcluirVocê bem descreveu a dança dos milagres no tênue fio que liga o passado e o futuro. Pena não nos darmos conta no presente, que é onde tudo acontece. A vida faz isso com a gente. Mas que bom termos um lindo relicário para guardar tantas belas memórias. Beijos minha linda.
ResponderExcluirQue lindo Inês, olhar e ver é um privilégio
ResponderExcluirVocê também tem olhos para esses milagres... bjsss
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