Os filhos já eram grandes demais. Os netos, pequenos
demais. A esposa lhe dava pouquíssima atenção, cuidando da casa e dos netos. E
sempre que podia, lhe dizia não! Com ou sem razão.
O Nicolau, então, convidou a
nora para passear no teleférico naquela tarde linda de domingo. Ela rejeitou, dizendo que não gostava de altura. E continuou clicando o celular por
mais três horas... Deu pra virar
criança, agora? Nicolau ouviu da sua esposa e velha senhora, em tom de deboche.
Lá se
foi o coitado pro seu canto com o peso da incompreensão, calvície, varizes,
aposentadoria e solidão. Nicolau resmungava consigo mesmo. Melhor era cuidar
das plantas ou ver televisão. Atividades que ainda lhe deixavam fazer sem maior
complicação.
Foi na segunda-feira que tudo mudou. Deu um clique no Nicolau.
Acordou às oito, tomou café e disse à mulher... vou comprar cigarro e já
volto! Imaginou o tempo que levaria para comprar um ingresso e ir sozinho,
livre e incógnito, passear no teleférico e logo em seguida, voltar. Sem nenhum familiar pra lhe encher
a paciência. Ou contrariar.
Mas a vida é tão injusta, não é mesmo, Nicolau? Bem
naquele dia, o teleférico deu uma pane. Ficou seis horas parado. Sobre a
montanha. Com as cadeiras no ar! Nunca houve caso igual. Veio repórter, jornal, Tevê regional. Cobertura total! Só dava o Nicolau... Balançando suas pernas roliças
a mais de vinte metros de altura. E a família enlouquecida, vendo pela
TV toda a aventura e o resgate final.
E agora, Nicolau? Ninguém te avisou...
que cigarro faz mal?
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Adorei o Nicolau.
ResponderExcluirA coragem q ele teve de enfrentar a.mesmice da própria vida, com certeza, igual a milhões de vidas.
Mesmo q não tenha dado muito certo a aventura solitária, ele até q ficou famoso.
Quem.sabe seria o início de uma vida toda dele?
Tomara que o Nicolau não desista!!!!
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