Olhei seus olhos. Vi pontinhos.
Seriam três de reticências?
Desviei o olhar
com medo de não ver a certeza.
Lá dentro, não me encontrar.
Olhei seus olhos. Vi pontinhos.
Seriam passarinhos?
Voando? Voltando pro ninho?
Debandariam assustados
com um olhar arregalado.
Olhei seus olhos. Vi pontinhos.
Pretas jaboticabas? Sementes
de maracujá?
Lançadas na pupila côncava
que acolhe e semeia
em seu doce curvar?
Olhei seus olhos. Vi pontinhos.
Eram agora estrelas.
Planetas. Meteoritos.
Meus olhos se perderam
no vão daquele infinito.
Moveram-se, enfim, os pontinhos.
Loucos elétrons a girar
numa órbita de amor particular.
Vi dois seres pequenos e aflitos
Prestes a colidir e se reintegrar.
Iris e Osiris?
Eu e você, talvez?
Eram divinos.
Dançando e se amando
na beira do seu cristalino!
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