Bastava a noite chegar e a escuridão ir se debruçando pelos cantos das ruas e nos vãos das casas. Quando tudo começava a se acalmar e o silêncio tomava conta da sala, do quarto, das portas e armários. Na hora que a TV
desligava no automático... eu começava a ouvir os ruídos abafados...
Pareciam passos. Com pequenos intervalos e espaços. Movimentos finos de um pisar cuidadoso. Começava o passeio pelo forro. Eu cobria a cabeça com receio, encolhida no travesseiro.
Os passos seguiam até o banheiro, num tique-toque intermitente. Pés de fantasma ou de gente? Eu dormia com medo. E quando amanhecia tudo voltava ao normal. Nada fora do lugar. Eu deixava pra lá.
No mês passado a chuva forte veio. Selou e envergou o telhado no meio. Chamei o Cláudio para dar um jeito... Melhor tirar as
telhas e promover um grande conserto! Muita água anda descendo. Aproveita e vê o que tem lá em cima, pombos, fantasmas, ou curupira. O que achar, você tira! Leva vela, alho, cruz e figa
de madeira. Vai nesta sexta feira!
Foi só o Claudio subir no final do entardecer para o fantasminha aparecer. Um não, quatro! Uma família inteira de Saruês. Um tipo simpático de gambazinho pelado do mato. Foram descendo... mamãe, papai, o filhão e a filhotinha. Um a um pela árvore fininha. A mamãe gordinha, o papai mais lento e os filhotes jovens e prováveis barulhentos.
O Cláudio veio com a vassoura, o vap e a marreta. Está louco, Claúdio? Não faça nada no telhado agora. Eles moram aí. Bolsa família! Acabei de instituir!
Esse Cláudio...
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OBRIGADA!
Adorei. Suspense do início ao fim.
ResponderExcluirEstava louca pra saber de onde vinha o barulho...
A família dos gambazinhos sabia q vcs a deixariam compartilhar a casa e aí escolheram onde iriam morar..rs
Os animaizinhos têm prioridade sempre...
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