O rosa de cano alto é o meu preferido. Ganhei há
três anos. A vedete do armário. Uso só em ocasiões especiais. Locais onde posso
pisar sem sujar. Não quero gastar. Muito menos lavar. Só que desta vez, o frio me
pegou dentro de casa. Fui até o velho armário dos calçados em busca de um tênis
mais maleável. Amaciado. Velho, porém confortável. Estavam todos entocados.
Cheirando a guardado...
Logo de cara, havia um amarelo de brim, bem bonito,
com detalhes coloridos, que me deu calafrios... Cortava a pele até fazê-la
sangrar. Eu tinha que parar por um tempo para, depois, recomeçar a andar. Dois
pra lá, dois pra cá. No ritmo torturante, do band-aid no calcanhar! Nem pensei naquele
tênis colocar. Achei um outro, de couro branco, para quadras de saibro. Tênis
pra tênis. Bonito e apropriado. Com a sola entronizada de poeira amarronzada.
Não jogo mais tênis há tempos. Ficou lá, perdido, junto com as últimas
temporadas...
Depois dele, um outro branco, parecido. Para
passear. Com a base bem alta para combinar com o meu alto marido. Mas, chique
demais para ficar em casa, escondido. Então, me deparei com ele! O cinza cano
baixo. Muito usado. Castigado. Cadarço acinzentado. Confortável e perfeito para
uma tarde chuvosa, com agasalho nas costas, café quentinho e um bom livro de
prosa. Da mesma marca que o rosa, só que bem mais idoso...
Já viajou comigo por incríveis lugares. Montanhas e
vales de Campos do Jordão. Foi pra
Minas, Monte Sião. Visitou Gramado, no Sul. E foi até pra New Orleans, ouvindo
blues... É antigo como eu. Não pensei duas vezes... Peguei a meia de lã e
resolvi calçar o velho tênis. Quando da sua boca cano baixo, o ouvi
cantarolando baixinho...
“mas ainda sirvo e se você quiser... eu aqueço o frio
dos seus pés...”
ÚLTIMOS COMBOS!!!
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