A chuva me acalma... O barulho da chuva fina me acalma. É como se alguém me dissesse, lenta e tranquilamente... não faça nada agora! Não está vendo? Chove lá
fora! Não tenho que sair na rua. Não vou poder ir na reunião... Vê que bom!
A chuva é o
consentimento meteorológico do não! Posso adiar os mais chatos compromissos. Os
encontros tensos que, na verdade, pouco me interessam... A chuva permite a desistência! E com apoio de todos e natural compreensão. O céu está caindo. Sacudindo seus
pingos. A chuva é tão forte que eu não posso sair. Desculpe, vou ficar por
aqui! Olhando pro alto, vendo água cair...
É lindo o céu em prantos. Pelos
quatro cantos. Lavando o verde, as plantas, as palmeiras, as sementes... O ritmo
dos pingos é uma orquestra viva. Aquosa sintonia. Volumosa melodia... Fortíssima!
Bravíssima! Com sibilantes rajadas e rufar de trovões.
No meu jardim encharcado, nos galhos, nos bancos
e no telhado... Até nos degraus da escada molhada. Eu ponho a pontinha dos pés,
com medo da terrível deslizada. Queda ligeira. Danada! E assim me retraio... Saio ou não
saio? Entro na chuva? Piso com os pés na terra encharcada? Ou não faço nada?
Tudo passa. Tudo lava. Vou esperar a chuva passar...
Porque quando chove, nada
é pra já! O corpo para. Mas a alma lavada... deixa “ tu-do-pra-lá...”
Adorei.. consentimento meteorológico do não...
ResponderExcluirIsso mesmo ...a gente Pode justificar qq coisa, principalmente aquelas q a gente não tem tanta vontade assim de fazer e todo mundo ira entender..
Ótima dica..com a sutileza, sensibilidade e perspicácia de sempre...
E q linda descrição da chuva.. adorei.
E vamos de chuva.... até no carnaval.... bjs Sonia!
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