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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

O BARULHO DA CHUVA...


A chuva me acalma...  O barulho da chuva fina me acalma. É como se alguém me dissesse, lenta e tranquilamente... não faça nada agora! Não está vendo? Chove lá fora!  Não tenho que sair na rua. Não vou poder ir na reunião... Vê que bom! 

A chuva é o consentimento meteorológico do não! Posso adiar os mais chatos compromissos. Os encontros tensos que, na verdade, pouco me interessam... A chuva permite a desistência! E com apoio de todos e natural compreensão. O céu está caindo. Sacudindo seus pingos. A chuva é tão forte que eu não posso sair. Desculpe, vou ficar por aqui! Olhando pro alto, vendo água cair... 

É lindo o céu em prantos. Pelos quatro cantos. Lavando o verde, as plantas, as palmeiras, as sementes... O ritmo dos pingos é uma orquestra viva. Aquosa sintonia. Volumosa melodia... Fortíssima! Bravíssima! Com sibilantes rajadas e rufar de trovões. 

No meu jardim encharcado, nos galhos, nos bancos e no telhado... Até nos degraus da escada molhada. Eu ponho a pontinha dos pés, com medo da terrível deslizada. Queda ligeira. Danada! E assim me retraio... Saio ou não saio? Entro na chuva? Piso com os pés na terra encharcada? Ou não faço nada? Tudo passa. Tudo lava. Vou esperar a chuva passar... 

Porque quando chove, nada é pra já! O corpo para. Mas a alma lavada... deixa “ tu-do-pra-lá...”


*                  *                      * 

VEM AÍ...

"VEM QUE TREM POESIA..."    AGUARDE!




2 comentários:

  1. Adorei.. consentimento meteorológico do não...
    Isso mesmo ...a gente Pode justificar qq coisa, principalmente aquelas q a gente não tem tanta vontade assim de fazer e todo mundo ira entender..
    Ótima dica..com a sutileza, sensibilidade e perspicácia de sempre...
    E q linda descrição da chuva.. adorei.

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