Está ventando forte. Muito, respondi ao
rapaz que caminhava ao meu lado na avenida larga sem qualquer abrigo.
Na frente, o mar agitado e coqueiros retorcidos. O vento faz mal? Às vezes, respondi amigavelmente enquanto
seguíamos a passos rápidos para ganhar calor nas pernas e nos braços.
Ainda bem que não está chovendo. Seria pior. Mas eu gosto da chuva! Eu também, mas não quando estou na rua. Sabia que
fez dez meses de calor este ano? Não sabia. Eu gosto do calor. Eu também. Mas aumenta minha pressão... o olhar do rapaz entristeceu e a conversa prosseguiu ao vento.
Prefere o frio, então? Gosto do frio e do calor. Gosto
dos dois, o rapaz de alma ingênua explicou. Mas sem esse vento forte, não é mesmo? O vento faz mal, ele
insistiu? Se for gelado como o deste dia, pode dar pneumonia. Eu nunca
tive pneumonia... Que sorte a sua. Pneumonia
cura? Cura! Mas é difícil de sarar. Pode
matar? Creio que sim.
E foi indo assim, ao sabor do vento, a nossa breve e leve caminhada, recheada de perguntas e respostas repetidas,
sem muito conhecimento. Conversa climática. Às vezes, lunática. Que surgiu do
nada, na rua da ventania gelada.
Chegamos próximos ao banco. Parei
na porta. O rapaz parou em frente. E disse com a singeleza de menino puro e crente... Não
adianta nada a gente gostar ou não gostar. Nessas coisas de tempo, calor, frio, chuva, vento de congelar... Quem manda é Deus! A gente tem que aceitar.
Sorri, beijando seu rosto com o meu olhar.
E o vento, agora amigo, levou num sopro o rapaz...
E o vento, agora amigo, levou num sopro o rapaz...
Sabedoria qdo menos se espera..
ResponderExcluirVerdade.. não adianta gostar ou não gostar...dessas coisas de tempo..
É assim ...
Adorei.
Cada dia mais apaixonado por suas crônicas. Um dia...quem sabe...arrisco falar com elas.
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