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terça-feira, 12 de julho de 2022

CHAPÉU DE PALHA...

“Eu vou pra Maracangalha”. Deve ser um bom lugar pra descansar. Lá nas bandas da Bahia, com uma pracinha e um banco largo pra gente sentar. Lugar quente. Dorival Caymi levava o chapéu de palha. Posso levar...

Mas como deve ser calma a tal Maracangalha, talvez prefira algo mais agitado, com bebida, dança e batucado. Melhor ir para a Esbórnia! Seria um país? Um estado de embriaguês? Perto da Rússia? Prússia. Ou um povoado Galês? Certamente faz frio. Diferente do Brasil. Um lugar de boemia onde não são muito boas as companhias. Sozinho, não se vai pra Esbórnia. Em excursão, eu jamais iria!

Vou me embora é pra Pasárgada! Ali sim, é outra civilização. Manoel Bandeira descreveu tão bem. Mas ele era amigo... e eu nem conheço o Rei! 

Distante mesmo é onde Judas perdeu as botas. Os antigos iam muito pra lá. Depois, saiu de moda o longínquo lugar. Os jovens não conhecem. É longe pra danar. Pior é ir pra Tonga da Mironga do Kabuletê. Onde deve ser? Vinícius devia saber...

Vou mesmo é para Shangri-lá! Dispenso a trilha de Burt Bacarat. Vou no silêncio e no abandono. Lá, as praias são de sonho. O céu, azul clarinho. Campos em flor, belas montanhas e caminhos. Noites regadas a vinho. E todo céu escuro clareia com luar.

Fechado! Vou pra Shangri-lá! Vou devagar feito Caymi, com um chapéu de palha pra refrescar. Não sei se volto. E já vou avisando... vou sem celular!

                                                              

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