Toco a palmeira com a mão como quem abençoa o filho crescido. Trocamos energia. Seu cerne vibra comigo. Feito a lenda do Joãozinho, meu pé de feijão ruma ao infinito...
O terreno era mal aterrado. Só entulho, madeira, ferro retorcido. Pouca terra boa num chão batido. Ganhei a palmeira magrinha. Trouxe de pequenina. O jardineiro sem muita certeza afirmou ser palmeira real e que chegaria a seis metros apenas. Foi larguíssimo engano ou brincadeira.
Veio com três folhinhas retorcidas e finas. O tronco, uma cintura de bailarina. Fizemos o buraco e plantamos, abençoando com a água da chuva que caia. Nossas roupas sujas de terra coloriam o batismo da filha.
E não é que a lenda se refez? A espichada foi crescendo. O tronco se alargando e cheio de água retumbando. Abraçar, quem dera. Não consigo mais. Olho para o céu avistando suas grandes folhas que acenam e balançam. Querem me dizer... olá, sou eu! Cresci, mas continuo te amando.
Sinto saudades de quando era pequena e eu podia circundar seu tronco com meus braços e acariciar suas folhinhas. O tempo passa, crescem rápido as criancinhas.
Um amigo disse que chegando ao topo encontro meu pote de ouro. Que tolo! O pote já está no meu jardim. Nas primaveras. Nas helicônias. No flamboyant que acolhe os colibris. Nas bromélias e nas suculentas espalhadas aqui e ali.
Até meu coqueiro anão cresceu. Ficou alto e forte. Dá vinte a trinta cocos em cada ramada. De anão não tem nada. Coisa engraçada. Jogaram um fermento do bom. Ou é coisa de um Deus brincalhão!
Toco árvores. Acaricio arbustos. Beijo flor. Gosto de sentir o enlace sem qualquer pudor. Na grama verde minha alma se rende... e faz amor!
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