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terça-feira, 15 de março de 2022

AMOR A CÉU ABERTO...

Quem jogou no campo as sementes da atração? O galo, meu Deus, quanta orgia, sacolejando as penas em cima de uma, duas, cinco galinhas... Pintinhos hão de pintar por aí. Com riso maroto saí pelo caminho que dá na jaqueira ao lado do silo, abrigo dos ninhos de passarinhos. Contei setenta jacas numa só galheira. Melhor abrir e guardar as bolinhas na geladeira. Sabor de banana melada. Fruta na língua se movendo sexy e lambuzada.

Voltei carregada. Cambucis e mini abacaxis, que enfim resolveram da terra sair. Pontas viris com folhas espinhudas. E tem cigarra que lá se gruda cantando e se amando no meio da fruta. Fico na minha, ouvindo de noite a ladainha descarada. Sibilos e cantadas.

A grama cortada na sexta passada já está alta e desgrenhada. O sol quente e a chuva de verão deixam convidativos esconderijos no chão. E no jardim de capim crescente, ninguém é de ninguém. Insetos se amam. Borboletas se entrelaçam. Cãezinhos tremem-tremem em embaraços. A onda do amor animal deixa cheiros e rastros. Saio do pasto e vou atrás do pavão...

Lindão, com sua esposa marrom e sem lindas penas. Mas eles se escondem. Os dois entocados, ligados não sei por onde.

Enfim, chego nas araras. A vermelha fujona voltou e já fez amor. Não tente se aproximar da casinha de madeira. Elas não querem visitas nem mamadeiras. E continuam se amando em frente as nossas vistas. Enquanto os pares de calopsitas se beijam sem parar.

O campo é total sedução. Animais em excitação. As plantas enlouquecidas de amor. As árvores com desejo. E nos bichos todos, um furor e a sexual atmosfera.

Flagrei, sem censuras, o cio dos bichos na Terra!

 

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3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Senti o doce gosto da jaca em minha boca agora. Que crônica gostosa, além de libidinosa! Amei!

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