As pernas eram finas e magrelas. Quadriculadas em azul, efeito do vento frio vindo do sul. Mas saltavam contentes espalhando água pro alto e pra frente. Era a primeira vez que as crianças viam o mar. Num dia feio pra danar.
Foram longos meses de espera. Anchieta ou Estrada
Velha? A rota antiga era mais bela. Curvas sinuosas, cachoeiras e mirantes para olhar o alto da serra. Além dos pontos de
parada e os marcos da Independência. Rancho da maioridade. Calçada
do Lorena. E o pouso Paranapiacaba, provável parada de Dom Pedro ensaiando o grito
e lustrando sua espada, já sem muita paciência.
Decidiram pela via
Anchieta. Mais rápida e segura. Afinal, tocar o mar era a esperada aventura. Em cada
curva da pista, o horizonte azulava a vista. Ora ao longe, ora ao
fundo. O oceano Atlântico, vasto e profundo.
No meio da serra já pesava a atmosfera e os meninos sorriram quando seus ouvidos entupiram. Prende o nariz e assopra, disse o pai, que o ar faz a troca! Logo mais estaremos ao nível do
mar. Praia a vista! Sol, areia branquinha e lindas conchinhas.
Não é que o tempo virou? A praia ficou cinzenta, o
mar calmo encrespou e o dia quente, esfriou. Os meninos correram para as malas resgatando seus maiôs listrados e de tecido elástico. Com uma fivela
de metal do lado. Podemos ir mesmo assim? As alminhas secas e aflitas imploravam.
A mãe, que sempre agasalha sua cria, vestiu os garotos com uma malha grossa e encheu seus corações de energia. E lá foram eles. Blusa de lã e maiô cafona, pular as primeiras ondas de suas vidas. A praia brava não atrapalhava. Nem o cinza do mar. Nem a malha pesada.
Saíram felizes da água enquanto o pai desapontado, lamentava o mar cinzento.
Sabe pai, onde a gente entrou, só naquele
pedacinho... o mar estava azulzinho!
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