Segura mais um pouco a lua. Só meia hora. Para que não anoiteça agora. Os raios de sol rebrilham as flores e os galhos mais altos. Ainda se vê o horizonte, as montanhas distantes e a linha que separa o céu e o mar.
Segura a lua mais um pouquinho... Recolhe e esconde em sua mão. Mas não devolve agora. Espere só meia hora. Um final de luz ilumina ainda o fim do dia e há um resto de chama acesa em meu coração. Vou sair a céu aberto e me despedir de mais uma jornada. Dar adeus ao azul e às nuvens alaranjadas. Aos sonhos sonhados e não consumados. Ao amor revelado, mesmo não compreendido. Adeus aos últimos raios de sol que já vão se pondo, descolorindo os vultos cinzentos, ao longe sumindo.
É estranha a sensação do entardecer em mim. Um tom de lamento. Das coisas lindas e findas. Do resignar, pelo dia único que não vai voltar. No lusco-fusco confuso do entardecer, eu sempre me confundo. É dia ainda? Ou já é noite? Espero alguns instantes. As coisas vão se apagando de vez. Os telhados das casas, as ruas e as calçadas, até que os primeiros faróis começam a iluminar. Não há mais como adiar.
Os passarinhos voltam todos em revoada para suas árvores e para os seus ninhos. Pode trazer a lua agora. Que venha a noite com seu brilho e encantos. Nada de entristecer. Apenas mais um entardecer! E antes que a noite se instale de vez, eu volto voando pra casa e me recolho sonhando com o sol da manhã, mais uma vez.
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A gente quer segurar, mas tem q deixar seguir né.
ResponderExcluirLinda crônica, tão suave e intensa . adorei