O homem era magro e de semblante cansado. Com uma velha mochila nas costas e sotaque espanhol enrolado. Nos perguntou onde ficava Chapecó! Estávamos há pelo menos mil quilômetros de distância do lugar, sentados tranquilos num restaurante em São Vicente, em frente ao mar.
Enganou-se o andarilho? Era longe demais o seu destino. Devia haver algo errado. Chapecó é em outro Estado. Seguramos o riso nos lábios dizendo ao homem que ficava muito distante. Centenas de quilômetros adiante.
Sua expressão não se alterou. Qual o sentido? ele perguntou. Para o sul, respondemos dando conselhos para ele
chegar até a pista e seguir andando sempre em frente,
quase toda a vida...
O andarilho de olhar tímido e profundo pegou a
mochila carcomida e foi sumindo pela rua do mundo. Só a lua que já aparecia, lhe fazia companhia. E ele há de ver muitas luas iluminando as noites
escuras. Irá cruzar diferentes paisagens e gente. Colinas, montanhas. países. Quem
sabe, continentes.
A caminhada poderá durar semanas ou meses. Ora desgastante,
ora surpreendente. O andarilho sentirá na pele a chuva molhando e o sol ardente. Passará
por ruas, becos, riachos, campos floridos. Verá mirantes lindos. Vai se achar e se perder.
Depois de encontra o lugar, ele não vai sossegar. Porque o andarilho não para. O andarilho anda. Sua vida é o caminhar.
Nós, estáticos, continuamos só olhando... o andarilho ao longe se afastar...
Tem q se ter muita coragem, indisposição e determinação para se ser um andarilho.
ResponderExcluirConfesso q fiquei com um pouquinho de inveja desse andarilho. Qta coisa, qtas emoções e qta vida ele leva consigo.
Tem q se ter muita coragem, indisposição e determinação para se ser um andarilho.
ResponderExcluirConfesso q fiquei com um pouquinho de inveja desse andarilho. Qta coisa, qtas emoções e qta vida ele leva consigo.