Ele ficou horas ali, construindo. Pinguinho por
pinguinho. Areia mole e cinzenta escorrendo dos seus dedos miúdos e arquitetos. Fez
montinhos, caminhos, janelas e tetos. Colocou um palitinho dentro de uma
espécie de cela. Seria uma princesa? Uma espada de realeza? Num Castelo
inventado, podia ter o que ele bem quisesse. Reis. Rainhas. Leões.
Serpentes. Tampinhas e palitos de dente... Ou nada, simplesmente. Apenas uma muralha
quadrada, erguida com pingos de areia molhada.
Fiquei olhando o menino meio distante, sem ser notada. Imaginando de onde veio cada detalhe. Os contornos.
Os entalhes. Das histórias contadas em noites de Natal? Dos livros de
fantasia? Memória ancestral? Suas
mãos pequeninas moldavam a areia numa cena natural. O menino e seu Castelo
de areia. Não ficou muito bonito. Um tanto frágil. Mas, real.
Meu olhar distraído nas
ondas do oceano indo e vindo, só viu uma forte onda feroz invadindo. Sem tempo
para nada. Água volumosa. Desvairada. Levando o Castelo e a cidade inteira que foi desfalecendo
lentamente na areia...
Será que matou a princesa? Os Leões? O Rei? Olhei para
trás. O menino não estava mais. Vi sua figura morena já seguindo ao longe e distraído. Não viu a cena. Nem o seu castelo sumindo...
Não havia mais nada agora. Só areia lisa e uma rasa cratera. A praia ficou vazia, sem o Castelo e sua história. Em mim, a lembrança da cena. As muralhas. As
janelas. A rainha. O rei. E o sonho que, através do menino, eu
sonhei...
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Na vida é assim.. às vezes vc realiza muitas coisas pelo prazer q te dá, sem se importar com o tempo q vai durar.
ResponderExcluirMas vc e o q realiza, ficarão de algum modo marcados na mente de algumas pessoas.
Talvez, Sonia, seja esta a construção mais bela... e eterna...
ExcluirMaravilhosa como sempre.
ResponderExcluirObrigada, Washington, pela presença no blog... e pela leitura.
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