As pedras de Paraty escondem segredos que ninguém, nem os últimos calceteiros, sabem decifrar. Paraty tem história escondida. Árvores que saltam das paredes. Igrejas e casarios. Fantasmas da abolição.
As ruas de Paraty não gostam de
salto alto. De pedras lisas e irregulares, elas pedem sandálias... Chinelos rasos
e humildes, para os pés dos visitantes. Ou até mesmo, pés descalços, como os
dos escravos que lá pisaram. Pés sujos de areia, pele grossa, pés de
trabalhador servil.
Mas é lá no vão das fendas entre as
pedras, que escorrem os maiores segredos... o sangue dos negros que há muito
sofreram, a magia da culinária simples de peixes e pão. E a verdade dos livros
que nunca estiveram nas feiras de literatura.
As pedras de Paraty tentam esconder
as memórias do Brasil colônia e quase conseguem. Mas só até de tardezinha,
quando a água do mar, sagrada e salgada, vem e invade as ruas. Lava e leva
as lembranças para além do alto mar!
A noite, então, as casinhas
pintadas de azul, amarelo e branco fervilham ao som de conversas distintas, de
obras de arte, cachaça amarela e futebol. E muita bossa nova o ano inteiro. Afinal, é
o Rio de Janeiro!
E na manhã brilhante de mais um dia
de sol e um mar verde sem retoques, as escunas se preparam para o passeio,
repletas de turistas de diferentes línguas...
Mas é o sotaque carioca que nos
avisa alegremente, bradando da proa: - Hora de partir, rumo ao paraíso! E nas
tímidas caixinhas de som da embarcação começa a tocar, também em mim, a
canção...
“Isso aqui ô ô... é um pouquinho do
Brasil iá iá...”
E como é!
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Texto ótimo como sempre, recheado de imagens e história..
ResponderExcluirObrigada Sônia... Fácil escrever sobre Paraty , lugar de tantos mistérios e belezas..
ExcluirGostei muito, Inês. Conheço Paraty. Não vou lá há muito tempo. Bossa Nova é? Hummmm... "O Jazz & O Samba" conhece este assunto:
Excluirhttps://www.facebook.com/ojazzeosamba
http://ojazzeosamba.blogspot.com.br/
P.S. Toco toda noite. E boa parte do dia, também, rs...
Texto ótimo como sempre, recheado de imagens e história..
ResponderExcluirÓtimo texto, nos remete aos velhos tempos!
ResponderExcluirObrigada Carlos! Bom poder voltar no tempo,através da literatura..
ExcluirMuito bom! Parabéns Inês.
ExcluirMuito bom! Parabéns Inês.
ExcluirGrata Salgado...
ExcluirMais uma vez fui longe..... Amei!
ResponderExcluirFico feliz.
ExcluirPois então Inês, como é gratificante viajar! E como eu viajo com seus textos! Remeto-me ao Brasil de maneira saudosa....muito bom.
ResponderExcluirFico feliz com isso.
ExcluirExcelente texto, Inês! Vc trouxe muita alegria com as suas crõnicas. Parabéns.
ResponderExcluirAhhh Raul. ..amigo e parceiro nas letras. ..você me deixa feliz...
ExcluirVoltei a Paraty através do seu texto! MTo bom!!!
ResponderExcluirAdoro crônicas!E você definiu bem a querida Paraty. As pedras e os pés que lá pisam e pisaram como os dos escravos que as colocaram lá, a água salgada que vem lavar e levar nos fins de tarde e o "rumo ao paraíso" do carioca que realmente se sente em outro lugar que não o Rio de Janeiro. E como você bem disse, longe das feiras de literatura se encontra a alma de lugares, em tempos tão distantes de nossa história, através de escritores como você. Amei, virei fã. Bjs e boas inspirações!
ResponderExcluirAdoro crônicas!E você definiu bem a querida Paraty. As pedras e os pés que lá pisam e pisaram como os dos escravos que as colocaram lá, a água salgada que vem lavar e levar nos fins de tarde e o "rumo ao paraíso" do carioca que realmente se sente em outro lugar que não o Rio de Janeiro. E como você bem disse, longe das feiras de literatura se encontra a alma de lugares, em tempos tão distantes de nossa história, através de escritores como você. Amei, virei fã. Bjs e boas inspirações!
ResponderExcluirObrigada Elizabeth, pelo carinho e pela leitura...
ExcluirAmei sua sensibilidade... Elizabeth...
ResponderExcluirAmei sua sensibilidade... Elizabeth...
ResponderExcluirEu também gostei muito. Você descreveu a sempre formosa Paraty, do jeito que ela é, na sua simplicidade, no seu charme e na sua beleza singular, que e a tornam uma das mais singelas e apaixonantes cidades históricas do Brasil. E tudo, isso, narrado de forma poética nessa crônica, deixa a gente com vontade de voltar caminhar por suas ruas de pedras e curtir o clima de nostalgia que faz tão bem pra alma. Parabéns, Inês. Agora, além de vizinho, sou também teu fã.
ResponderExcluirobrigada, vizinho das lindas paisagens vicentinas.. Ler isto de você, é um incentivo a mais...
ExcluirNunca vi alguém descrever Paraty com tanta precisão e delicadeza! Abraços, Erika Riedel
ResponderExcluirBela descrição.
ResponderExcluirObrigada pelo carinho e pela leitura Alberto. Muito feliz!
ExcluirBonito Ines!
ResponderExcluirTexto muito bacana
ResponderExcluirInês,
ResponderExcluirAdorei seu texto. Senti o cheiro de Paraty !
Vou acompanhar...
bj
Belo texto!.....desenhou com letras a cidade de Paraty. Vou aguardar pelo seu próximo texto. Muito bom!!!!
ResponderExcluirBelo texto!.....desenhou com letras a cidade de Paraty. Vou aguardar pelo seu próximo texto. Muito bom!!!!
ResponderExcluirObrigada Edward. Muito obrigada.
ExcluirQuantos detalhes...
ResponderExcluirConsegui finalmente conhecer Paraty... pela sua crônica que muito bem escrita me levou a viajar pelas palavras...
ResponderExcluirGrande Beijo no Coração
Obrigada pelo carinho da leitura William. Tá concorrendo , ok???
ExcluirAh! Eu Quero!!!
ResponderExcluirQue belo! Parati é td isso histórica e linda!
ResponderExcluirMuita Sabedoria e Sucesso para escrever coisas belas para nós!
Eu quero muito o livro!