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Não era um jogo qualquer de futebol. Eram vinte e dois índios jogando bola. E não jogavam mal. Até o apitador era índio. E apito de índio merece respeito!
Embora chamasse a atenção o contraste rústico-fashion-pop das meias e calções com marcas famosas, os rostos, no entanto, estampavam fortes cores, exaltando as rugas entre faixas de tinta de urucum. Além de um certo cheiro de cachaça no ar...
Não era um jogo qualquer de futebol. Os índios jogavam bola!
Falavam em tupi-guarani. Xingavam
e brigavam em tupi-guarani.
Confesso que foi uma cena um
tanto inesperada para a minha primeira visita a uma aldeia indígena em
Bertioga, litoral de São Paulo, a convite de um casal amigo que havia “adotado”
um indiozinho.
Depois de passar pelo campo de
futebol, onde a bola rolava em terra batida, um tortuoso e
inóspito caminho veio a seguir. Sem flores. Apenas cercas, com
pedágios clandestinos. E não adiantava oferecer espelhinho. Era cinco reais para passar. Ordem do Cacique! E logo a frente, um colégio depreciado pelo
tempo a espera de recursos.
No final da aldeia, pequenas ocas,
de onde saiam fumaça e crianças nuas que cheiravam a fumaça... Nenhum sinal de pesca ou
atividade qualquer. Os índios apenas descansam a espera de ajuda.
E jogam futebol
adoidado! As mulheres fazem balaios pra
vender na Rio-Santos. Vendem também helicônias vermelhas e amarelas para enfeitar
os vasos dos turistas. Comprei um DVD com danças e
cantos tribais para lembrar das velhas tradições...
Mas o futebol estava vivo.
Firme e forte. Porque sábado na Aldeia é assim. Cheio de curumim. E as índias, encontram os
maridos no final da partida.
O futebol é para todos.
Cacique e indiozinho no mesmo bate bola. Pajé e as mulheres do Pajé na
torcida tupi-guarani. É o futebol do Brasil. Do
porre do indiozinho que veste Nike.
Do 7 a 1 na cabeça. E de muita cachaça
pra esquecer...
Porque a bola, amigos, a bola é democrática.
Porque a bola, amigos, a bola é democrática.
A bola rola sem distinção. Sem
preconceito. Sem raça. Sem cor.
A bola é redonda. A bola é a
aldeia. A bola é o mundo.
Vasto. Injusto. Inexplicável... e de repente,
GGGGGol da Alemanha!
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Eu quero! Amei o post... Bj
ResponderExcluirJá tá concorrendo.... bjs
ExcluirAdorei o post de hj, já esperando a próxima quarta!!! 🌹😘
ResponderExcluirEu quero... adorei o posto... Parabéns quanta sensibilidade na descrição dos detalhes
ResponderExcluirSincera fotografia de um povo à beira da sociedade. Parabéns
ResponderExcluirAdorei amiga! Beijão!
ResponderExcluirA bola é a aldeia. A bola é o mundo. Seu texto nos traz lindas ideias e imagens.
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