Ela expressava seus sentimentos de forma madura. Estou sentindo pena do bichinho. Que aflição isso me deu. Esse filme me entristeceu... Mariana deixava tudo às claras. Um coração que distinguia sutis sentimentos e traduzia em palavras, surpreendendo a cada momento.
Aos três anos, na gangorra, o irmão mais velho insistia em deixá-la
suspensa por um longo tempo no ar. Você me faz sentir medo... Por que quer me ver
assim? Suas palavras desconsertavam feito um sopro suave e sincero de querubim.
Mariana aprendeu a hierarquia das coisas nas respostas que ouvia da
família. Se quebrasse sem querer alguma coisa, alguém dizia... Não tem
problema, isso acontece!
Aos seis anos, depois de muito insistir, a vó Olga deixou Mariana
brincar com sua coleção de galos! Trazidos de vários países, Portugal, Espanha,
Itália, França. Era o xodó da vovó que pediu muito cuidado e colocou mais de
vinte galos espalhados pelo tapete da casa. Chame quando enjoar.
Assim que terminou de brincar, Mariana decidiu por ela mesma, recolocar
os galos de porcelana na estante alta que ficava sobre a mesa. Na pontinha dos
pés e toda empinada, já havia recolocado um bocado, quando cinco deles caíram
no chão e espatifaram. A vó Olga entrou correndo, já prevendo o estrago e a
provável conclusão.
Com um sorriso cativante, Marianinha se auto perdoou...
- Não tem problema, vovó... Isso acontece!
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