Avistei, sonolenta, pela janela... Biquinhos, saltitos e penas! A felicidade plena. Ao nível de um habitante do Butão. Aquele país próximo ao Nepal, onde as pessoas não desejam quase nada. Não há muito mais o que desejar. Onde a brevidade das coisas está sempre presente. Onde a mente, simplesmente, repousa serena e feliz.
A felicidade tinha asas e pousou junto com os dezoito passarinhos que avistei. Logo de manhãzinha, na grama do jardim do pequeno paraíso verde onde me recolho aos finais de semana. Dezoito! Contados. Um a um. Capitão do mato, pardal, sabiá, bem-te-vi! Sem contar os colibris. E as borboletas azuis e amarelas que rodeavam alegres e belas, o mini-flamboyant vermelho em frente à janela. Aérea pintura. Leve aquarela!
Outros bichos também moram lá. Donos do pedaço. Um casal de quero-quero que insiste em nos tocar de lado quando atravessamos sua área, bem no meio do caminho que leva à casa. São bravos os danados. Um tanto mal-humorados. Temos sempre que lembrá-los que adquirimos o terreno legalmente. Que eles tem o direito de lá morar se quiserem e nos derem a mínima chance de um convívio pacífico. São tão ariscos!
Nos afeiçoamos também a mais dois estranhos bichos. Um saruê feio e meio pelado. Espécie de gambá do mato que dorme largado entre dois ou três galhos da árvore. É tranquilo, gordo e folgado... E um lagarto que cruza lentamente a área verde e segue em direção ao vizinho. Um terreno de mato fechado com arbustos e espinhos. Talvez prefira o solo rude e natural. Denso matagal. Como devia ser o local antes da chegada da minha casinha branca, com pergolado, deck de pedras e cascata artificial! O lagarto passeia por lá, exibindo seus tons marrons de outono. Sabe que não vamos enxotar o legítimo dono...
Tudo nesse paraiso é calmo e reconfortante. Mas no final do ano, por conta do trabalho, não deu pra passar as festas nestas terras verdejantes. Tivemos que ficar na cidade, em clima bem diferente. Espocar de fogos, gritos e gente! Pedidos e desejos evocados ansiosamente. Novos planos. Desafios. Metas exigentes!
Péra lá! Por que raios alguém que já tem o que precisa, quer mais o que conquistar? Quero é ficar parada. Sentada no meio do jardim. Olhando os passarinhos e o mini-flamboyant vermelho....
Por meses... O ano inteiro... Quem sabe, milênios...
* * *
Para saber mais sobre o Butão * um país localizado no sudeste da Ásia, ao sul
da China. O país é famoso por ser minúsculo, e pela genuína felicidade de seus
habitantes. Qual é o segredo deles?... leia em:
https://www.contioutra.com/10-coisas-que-o-povo-butao-faz-diferente-e-que-faz-dele-o-povo-mais-feliz-mundo/
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OBRIGADA POR VISITAR O BLOGUE! VOLTE SEMPRE!
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Que delícia de leitura!
ResponderExcluirObrigada, Elaine... Delícia ter você no blogue...
ExcluirInês... sensacional.. gostei demais.
ResponderExcluirUma das melhores crônicas q já li.. linda e tocante.
Queria um oásis assim prá mim tb... rs
P/ eu ser feliz e só... rs
Adorei o texto; leve, gostoso de ler. Me senti diante de um oásis verde, rodeada de passarinhos fofos. Parabéns!
ResponderExcluirQua maravilha, Silvana. Obrigada!
ExcluirLindo! Escutei os pássaros e andei pelo jardim!
ResponderExcluirE eram muitos... Obrigada!
ExcluirAdorei o texto, visitei seu espaco e virei 'freguesa'!
ResponderExcluirQue gostoso, Angélica. Vou adorar te encontrar por aqui..
ExcluirBela filosofia de vida. Se já está cercada de felicidade, para que tantos desejos a mais? Parabéns pelas suas crônicas que nos fazem viajar.
ResponderExcluirAh... adoro essas viagens!
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