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terça-feira, 11 de julho de 2017

ALMAS SALGADAS

 
Sempre desconfiei que Dorival Caymi e Jorge Amado fossem a mesma pessoa. Um só ser. Pertencente a uma única e gigante família baiana. Ou um segredo escondido pela mídia, só para nos atrapalhar.
É que aqueles cabelos branquinhos... A fala baiana arrastada. E o eterno canto pro mar, trazem no picaré da minha memória, uma dúvida que vai e vem. Eram um? Ou eram dois? Deixo isso baianamente pra depois.
O mar é para todos os peixes. De qualquer canto ou lugar. Quem ama o mar não enjoa. Nem se cansa de olhar. O mar é coisa viva. Refúgio das almas antigas. Hipnótico e denso. Imenso. E  infinito energizar.
Sou da família do mar. Nem Caymi, nem Amado. Sou uma mistura não muito rara de paulistana com caiçara. Adotada pelas praias. Hoje, de alma úmida e salgada!
A maresia me inspira. Misturo peixe com poesia. Cheiro marinado. Que invade as narinas e as marinas. Impregnando o meu porto cais. Quando estou longe, morro um pouco. Feito peixe saltitando. Alma com medo de secar.
Sofro de mar-dependência. Um líquido salgado corre nas veias. E o coração bate forte, como as ondas nas muretas em noites de maré cheia.
Mergulhei em Santos e me enamorei do mar. Daqui não saio mais. 
O mar quando quebra na praia... é bonito demais!


*                         *                        *                         
                      


7 comentários:

  1. Disse tudo, Inês!
    Só quem vive a beira mar, sabe que é quase impossível viver sem o ar marinho.

    Divinal!!! 👏👏👏👏

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  2. Uaaaau, lindo! Me embalei nas ondas das tuas palavras!

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  3. Inspirada como sempre. Sou como você: não vivo sem o mar perto. Não tem nada melhor do que, no silêncio da noite, dormir ouvindo o barulho das ondas. E não tem como explicar a sensação de paz proporcionada pelo simples apreciar do horizonte nas águas marinhas, acompanhando o voo delicado das gaivotas e o entra-e-sai dos navios e barcos de pesca. Somos privilegiados tanto quanto Jorge Amado e Dorival Caymmi que eternizaram o mar da Bahia em seus escritos e canções. Se você notar bem, eles se assemelham na aparência ao também baiano Antônio Carlos Magalhães, mais conhecido como Toninho Malvadeza. Mas, esse, deixa pra lá....

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    1. Bem lembrado, caro Joaquim..vou deixar o Malvadeza para uma outra oportunidade... talvez uma crônica sobre " o lado obscuro da Bahia".. sei lá!!! Obrigada!

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