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quarta-feira, 22 de março de 2017

O CONTEMPLÁRIO...


Sempre imaginei o paraíso em azul e branco. Um imenso oceano com  águas tranquilas, esparramando espumas na areia  fina de uma praia deserta... Isso foi até visitar o Contemplário! Acho que me enganei todo esse tempo. As almas voam mais livres por aqueles campos...        
Sem falar do cheiro fresco das quatro estações que estão todas ali reunidas  e espalhadas no ar. Eu me perdi naquele lavandário na Cidade de Cunha, como quem se esquece no tempo. Eu, que nem sabia o que era um lavandário. Nem a cor e o cheiro das lavandas. Azuladas, mais para violetas! Vivas, com o balançar do vento.  
Foi no meio da plantação que um visitante perguntou quem era o dono daquilo tudo. - Henry! Veio a resposta. Um homem que se encantou com   as terras onde o por do sol era o mais fantástico daquela região de montanhas. Resolveu plantar as lavandas e diante de tamanho presente da natureza decidiu dividir com as gentes de todo canto aquela riqueza. Além de dar chance para os locais oferecerem seus produtos de lavanda numa espécie de loja-cafeteria que fica no alto do campo com vista para o espetáculo. 
Ah... aquele biscoito de lavanda com uma pequena xícara de café fumegante, vendo o sol se por. E o melhor ainda estava por vir...  
O Contemplário mesmo, onde a mirada é de paraíso, é um simples trapiche de madeira onde o vento bate no rosto e os olhos se enchem de cor. Campo dos sonhos. Paraíso azul- violeta onde moram as lavandas! 
Mas no fundo eu sabia que o Henry não era o dono daquilo tudo.  
Quando eu estava indo embora, olhando as lavandas ao sabor do vento, o sol batendo nas flores, realçando suas cores, descobri a quem pertencia.
Àquela que beijava as flores todos os dias. Que via o sol se levantar e o sol se por.  Que percorria o campo saudando as lavandas de um lado para o outro, livre, como as almas no paraíso.
Era uma abelhinha. Uma pequena abelhinha... que piscou para mim!


*                             *                              *                                *                                  *
       Esta crônica faz parte do livro "Inesplicando 50 crônicas e um poema",


                                            
                                   

11 comentários:

  1. Disse tudo. Pura poesia.
    http://carmenluciindica.blogspot.com.br/2016/06/contemplario-cunha-sp.html?m=1

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  2. Lindo , muito singelo e verdadeiro este texto.
    Amo muito lavandas e tudo que se pode extrair e fazer com ela .
    Lavandas Lyla Freire

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  3. O dono desse paraíso chama-se Deus! Um Deus que habita dentro de cada alma sensível, como a sua, que sabe ver com o coração. Amei o texto. Lindo.

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    1. Obrigada Helena. Penso assim também! Adorei te ver no blog. Visite me sempre!

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  4. Emocionada...É Deus me guiando pra sentir ele bem perto.❤. Parabéns pelo texto. É como se deliciar de um algodão doce cada palavra.

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    1. Obrigada Giselia, pelo carinho da leitura... É Deus sim...

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  5. Em poucas palavras eu me transportei ao passado, lembrando a semana que passei em Cunha! Lugar deliciosamente lindo! Parabéns! 👏🏻👏🏻👏🏻🌹🌹

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  6. Um lugar mágico!! Quem não visitou o Contemplario , não pode dizer que foi a Cunha!

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