Pavor, sim! E pelos mesmos motivos, tenho um
certo pavorzinho de orgãos públicos... Nunca consegui nada de
primeira. Sempre falta um documento! Geralmente antigo, que vem do nada e nos
pega despreparados. Como assim? Comprovante de endereço do primeiro emprego
do meu pai? Começo a estremecer...
Eu já passei por INSS, Receita Federal, Poupatempo e mesmo com muita experiência no assunto, ainda me bate o desespero. Só depois de semanas em agonia, sem saber por onde começar, é que volto ao local para pedir mais informações. Em geral, um outro funcionário, agora gentil, me diz que existe uma alternativa mais fácil...
Já chorei de raiva e de alegria. E também já desisti de tudo. Por esta razão, também não sou fã de crediários. Esses das lojas famosas. Basta uma comprinha parcelada sem juros e pronto. Lá vem o cadastro malfadado. Com todos os documentos desencavados.
Mas não foi nada disso que aconteceu semanas atrás. Aliás, foi bem diferente. A loja era de portas e guarnições de madeira. Há uns cem quilômetros de São Paulo. A porta cobiçada era maciça. Linda. Bom preço. Mas não aceitavam cartões.
O dono da loja percebeu nossa situação. Pegou uma caneta esferográfica e perguntou onde ficava o condomínio. Pode falar o endereço. Eu mando levar... Mas não temos como pagar. Paga depois! Semana que vem não vamos vir... Paga daqui a quinze dias. Quer os nossos documentos? Nada. O telefone basta.
Voltamos para casa maravilhados. No dia seguinte, o pedreiro nos informou que a porta chegou e que até já estava colocada. Passamos na loja quinze dias depois para agradecer o gentil dono, tomar um café e fazer o chequinho. Ao invés de preencher 2016, deu vontade de trocar para 1916!
Quem podia imaginar... Nem lenço, nem documento.
Foi no fio do bigode!
* * * * * * *
Crônica do livro Inesplicando Vol.1
Eu já passei por INSS, Receita Federal, Poupatempo e mesmo com muita experiência no assunto, ainda me bate o desespero. Só depois de semanas em agonia, sem saber por onde começar, é que volto ao local para pedir mais informações. Em geral, um outro funcionário, agora gentil, me diz que existe uma alternativa mais fácil...
Já chorei de raiva e de alegria. E também já desisti de tudo. Por esta razão, também não sou fã de crediários. Esses das lojas famosas. Basta uma comprinha parcelada sem juros e pronto. Lá vem o cadastro malfadado. Com todos os documentos desencavados.
Mas não foi nada disso que aconteceu semanas atrás. Aliás, foi bem diferente. A loja era de portas e guarnições de madeira. Há uns cem quilômetros de São Paulo. A porta cobiçada era maciça. Linda. Bom preço. Mas não aceitavam cartões.
O dono da loja percebeu nossa situação. Pegou uma caneta esferográfica e perguntou onde ficava o condomínio. Pode falar o endereço. Eu mando levar... Mas não temos como pagar. Paga depois! Semana que vem não vamos vir... Paga daqui a quinze dias. Quer os nossos documentos? Nada. O telefone basta.
Voltamos para casa maravilhados. No dia seguinte, o pedreiro nos informou que a porta chegou e que até já estava colocada. Passamos na loja quinze dias depois para agradecer o gentil dono, tomar um café e fazer o chequinho. Ao invés de preencher 2016, deu vontade de trocar para 1916!
Quem podia imaginar... Nem lenço, nem documento.
Foi no fio do bigode!
Uau, saudade dos velhos tempos! Comigo aconteceu algo parecido, no Paraguai! Acordo selado com um aperto de mãos! Maravilhoso! Beijos!🌹
ResponderExcluirObrigada Carlos!!!
ResponderExcluir👏👏👏👏👏👏👏
ResponderExcluirNo fio do bigode. Coisa rara. Mas Boa de se ver. Ganharam todos.
ResponderExcluirCada vez mais raro, nos dias de hoje, encontrar pessoas com tal sensibilidade e confiança em nosso país.
ResponderExcluirRaro, mas não impossível.
Um imenso VIVA para o comerciante da porta! E muitos Parabéns para você, uma felizarda!
Poderia ser tudo tão mais simples.. sem tanto documento, tantas provas disso e daquilo.. Cansativo.
ResponderExcluirPoderia ser como seu vendedor da porta né Inês Bari..
E Inês, sempre c/ a capacidade e talento de transformar situações triviais em crônicas tão deliciosas.