O mundo mágico não era tão perfeito assim.
Em nossa primeira visita ao Parque do Mickey, Cinderela e companhia, faltou o toque de quentura. O calor brasileiro. O brazuca, este sim, de magia pura. O café pretinho que desce macio no trabalho e na casa da mãe quando se chega. Ou, no boteco do Zé ou da Tereza.
No Tio Sam, café bom é raridade. Loro por lá pede Coke. Loro que pede café, só aqui mesmo, na brasilidade.
Depois de um dia extenuante imitando criança, andando por castelos e comendo hot dogs e refrigerantes. Depois das bolhas nos pés, dores nas costas e corações pulsantes, faltava o cafezinho! E não tinha um pinguinho sequer de café. Nos belos restaurantes, nas lanchonetes ou foodtrucks. No coffee. Só Coke!
A imagem desejada esfumaçava nossas mentes. Servia qualquer tipo de café. O
fraco e descafeinado, como os americanos são acostumados. O meio frio e mal
passado. Ou tinta preta que não dá nem pra engolir. Servia um pingo qualquer assim.
Os bares do Parque já estavam fechando quando enfim achamos. Pedimos duas xícaras, enquanto estouravam os fogos da parada que encerrava a festa e anunciava o último show do dia.
Estava frio. Poucos gatos
pingados ficaram pra ver a apresentação do B52, quem diria! Com direito a
cabelos coloridos e lembranças da New Wave e sua época de magia.
Saboreamos gota a gota a apresentação até o final. Lembrando dos anos oitenta e chacoalhando nossos cabelos já não tão rebeldes e grandes como antes.
Bastou um pinguinho de café para nós, alegres e dançantes visitantes, aplaudirmos alegres e vibrantes.
Os latinos... desfrutam melhor o sabor das coisas quentes.
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