Páginas

sábado, 21 de setembro de 2024

PASSARINHOU, FLORESCEU, FLORIU...



Abelhinhas fartas e meladas entraram valsando pela janela aberta como se tivessem  cumprido bem seu papel. E pelas asas de alegria, devem ter produzido um ou dois baldes de mel.

Chegaram as borboletas azuis, amarelas e pretas. Sabiam de alguma novidade. Largaram, amarrotadas, seus escuros casulos e pela primeira vez, experimentaram voos mambembes e inseguros à luz da liberdade.  
      

Os curiós, curiosos, foram os primeiros a saber. Não deram um pio. Um deles fingiu que não me viu. Comecei a desconfiar de alguma notícia mais quente. Os bem-te-vis bem-te-viram antes de todos que as paisagens estavam diferentes e entoaram notas de terças numa eloquente harmonia sertaneja.

 

A grama estava mais verde. Os sapos pulavam. Os insetos voavam. Nos cantos, bichinhos doidos se embolavam e sem pudor se amavam. Que raios acontecia ao redor? Quem espalhava esse tanto de amor... e sacudia poléns afrodisíacos nas florações?

 

O bem me quer não bem me quis estragar a surpresa. Melhor perguntar à mãe natureza. Fui até o pé de milho. Sussurrei ao pé do seu verde-amarelo ouvido: quem é que arrancou o terno cinza e vestiu todo mundo com traje florido? 


O milho pipocou e não falou. O dente de leão rugiu, mas não contou. Nem o vento quente que bateu, me soprou. Alguém pode dizer o que foi que rolou? E tudo desabrochou. Explodiu de amor?


E debaixo da janela, a Maria sem vergonha, tagarela não se segurou... ainda não sabe?


A primavera, que chegou!



****************



VENHA PARA O UNIVERSO INESPLICANDO! FACE, INSTA, YOUTUBE!

CRÔNICAS, POESIAS, ARTE, CULTURA E MUITO MAIS...

aguarde novidades!


3 comentários: